Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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                                                                  A Espera de um Milagre
 
            (...) 16h27min. Parecia que todas as pessoas da cidade haviam retirado seus carros da garagem, Elena dirigia seu carro tendo ao lado sua filha Raquel, Elena conseguiu alguns minutos de folga do hospital ao qual trabalhava para ter o prazer da companhia de sua filha, bonita irradiando felicidade e cheia de otimismo. Raquel, além das aulas do ensino médio em um colégio próximo a sua casa, estava estudando à tarde, em um curso pré-vestibular. Raquel com seus dezessete anos estava animada com a possibilidade de entrar para faculdade, conhecer novos amigos e desvendar mais alguns segredos da vida. Sorria e gesticulava enquanto falava com a sua mãe sobre rapazes, amigas e professores.
            O transito começou a ficar lento, Raquel olhava pela janela para verificar o que estava ocorrendo. Elena percebeu que em determinado ponto da estrada os carros passavam lentamente para ver um acidente onde um corpo se encontrava estendido no chão. Ao passar próximo do acidente, Elena pode perceber um garoto deitado, ela desceu do carro, pediu para que Raquel a esperasse, Elena correu para perto do menino e observou que ele respirava com dificuldades, rapidamente Elena protegeu o pescoço do garoto, correu até o carro e pegou uma valise com alguns aparelhos que ela costuma trazer consigo. O transito estava tumultuado, podia-se perceber que ao longe uma ambulância tentava se aproximar, Elena percebendo que a ambulância não chegaria a tempo colocou o garoto em seu carro. Raquel ficou assustada ao ver aquele menino de sua idade desfalecido, sangrando e respirando com dificuldade. Elena saiu em disparada através daquele tumulto de carros, buzinando e pedindo caminho...
                                                
-DEZ ANOS SE PASSARAM-
 
            Raquel caminhava apressada em direção ao seu carro, sua mãe da janela a orientava quanto ao que ela deveria trazer para preparar o almoço, Raquel chateada gesticulava para a sua mãe que da janela sorria em gargalhadas, Raquel pegou o seu carro e partiu para o mercado.
            11h00min. Sábado. Raquel chega a sua casa, pega as sacolas de compras e caminha até a sua casa, estranhamente a porta de sua casa estava aberta e ela percebeu que dentro de casa se encontrava vários estranhos. Raquel se apavorou e começou a gritar o nome de sua mãe, um visinho a segurou enquanto o corpo desfalecido de sua mãe passava próximo a ela em direção a um carro que se encontrava estacionado do lado de fora da casa. O carro saiu em disparada para o hospital mais próximo e Raquel foi colocada em outro carro, este que seguiria o carro em que sua mãe estava.
            12h45mn. Raquel chega ao hospital, sua mãe fora levada até a sala de emergência e estava sendo acompanhada pelo Médico de plantão que logo ao perceber que Elena era Médica providenciou um tratamento diferenciado.
            14h55min. Um dos Médicos que atendia a mãe de Raquel chega próximo a ela, com alguns documentos:
            - Senhora Raquel, a sua mãe tem um tumor no cérebro e terá que ser operada, trouxe alguns documentos que a senhora deverá assinar. Raquel cai desfalecida.
            15h20min. Raquel finalmente acorda, olha em volta e percebe que não estava sonhando, começa a chorar compulsivamente enquanto enfermeiras e Médicos tentam falar com ela:
            - Senhora Raquel, a senhora deve assinar estes documentos, não temos muito tempo.
            Raquel tremia enquanto assinava os documentos, rapidamente o Médico que recebeu os documentos que Raquel acabara de assinar começou a dar ordens a vários colegas que corriam em direção à sala de emergência. Uma maca com Elena foi arrastada até um elevador e levada até o andar superior onde ficavam as salas de cirurgia.
            01h00min. Domingo, Raquel continuava na sala de espera aguardando noticias de sua mãe quando um Médico chega e lhe informa:
            - Sua mãe está em coma.

 -OITO MESES SE PASSARAM-
 
            No hospital vários Médicos chegam para realizar a Residência Medica. Entre eles se encontra Roberto. Roberto e outros Médicos em Residência Médica foram guiados pelos corredores do hospital por um Médico especializado, este grupo pára e observa alguns pacientes internados no hospital, por motivo desconhecido Roberto pára em frente ao quarto que Elena se encontrava e fica observando-a, interessado no estado de saúde daquela mulher em estado de coma.
 
-TRÊS MESES SE PASSARAM-
 
            Raquel chega a sua casa após uma rápida visita a uma amiga, pensativa e preocupada com o estado de saúde de sua mãe entra e tropeça na mesa de centro, se escora no sofá, se ajoelha e começa a chorar, entre lágrimas adormece deitada no chão.
            09h00min. O telefone toca e Raquel acorda assustada, era o Médico ao telefone informando que ela deveria ir até o hospital. Raquel corre até o banheiro, entra no chuveiro, toma um rápido banho. Quando ela procura a toalha percebe que a esquecera no quarto, sai do banheiro correndo e escorrega no corredor, bate com a cabeça no chão. Levanta e caminha até seu quarto, se enxuga, coloca um vestido tipo tubo, corre casa adentro até sair pela porta principal, pega um taxi e pede para que o motorista a leve até o hospital onde está a sua mãe.
            Chegando ao hospital ela é informada pelo Médico que sua mãe ainda se encontrava em estado crítico e que o seu plano de saúde não cobria a internação. Raquel fica apavorada e desmaia.
            - Senhora Raquel!– Falava insistentemente o Médico quando um alarme começou a tocar no hospital, o Médico da mãe de Raquel corre em direção ao quarto onde se encontrava Elena.
            Os seguranças do hospital estavam aflitos tentando abrir o quarto de Elena, enquanto Médicos olhavam pelo vidro que servia como parede do quarto, quando chega Raquel. Ela observa através do vidro que um Médico se preparava para aplicar uma injeção em sua mãe. Roberto Médico em Residência Médica estava aplicando uma injeção em sua mãe, direto no coração e preparara o equipamento de choque.
            Do lado de fora do quarto os seguranças estavam por terminar o arrombamento do quarto, quando os Médicos perceberam que Roberto colocara o aparelho de choque na cabeça da mãe de Raquel. Raquel chorava e gritava sem entender o porque que aquele Médico iria realizar aquele procedimento em sua mãe. Os seguranças conseguiram arrombar a porta ao mesmo tempo em que Roberto aplicava o choque.
            - Segura este louco!– Gritava o Médico da mãe de Raquel.
            Raquel correu em direção a sua mãe e a segurou enquanto ela se debatia como se estivesse tendo uma convulsão. Raquel largou a sua mãe e correu até Roberto.
            - Você é louco, o que está fazendo?
            - Eu li o prontuário de sua mãe e percebi que poderia realizar este procedimento que desenvolvi na faculdade.
            - Mas por que a minha mãe?– Falava Raquel entre choros e lágrimas.
            - Porque ela salvou a minha vida!
            Raquel ficou assustada enquanto Roberto conseguira fugir dos braços do segurança, pulou em direção a cama de Elena. Roberto retirou os tubos de respiração, desenrolou a língua de Elena e começou a realizar respiração boca a boca. Roberto foi empurrado para o lado pelos seguranças do hospital e então Elena inspirou profundamente e começou a tossir.
            Raquel correu em direção a sua mãe:
            - o que está acontecendo?- Falava Elena com uma voz rouca e baixa.
            - Estamos no hospital e este Médico... Quem é você?– Raquel gritou com Roberto ao mesmo tempo em que virava a cabeça em direção ao Médico que acabara de salvar sua mãe.
            - Eu fui atropelado quando criança. Sua mãe salvou minha vida.
            Raquel olhou assustada para o Médico enquanto sua mãe lhe perguntava insistentemente:
            - Quem é este?– e Raquel respondeu.
            - Seu milagre! 
 
                                                                 
                                                                                       Antonio C Almeida
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 31/07/2009
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