Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Vingança Sangrenta
 
     Huggo caminhava pela cidade. Passava das quatro da manhã. Embriagado se segurava nas paredes a caminho de sua casa, quando ao longe pôde ver uma figura que aos poucos ia ficando nítida. Huggo se esconde atrás de um poste. Rua deserta, escura. A figura se aproxima, passa ao seu lado sem perceber sua presença. Num salto Huggo segura o braço de uma mulher. Coloca sua mão sobre a sua boca. Ela em um vestido preto que lhe cobria o corpo até o tornozelo, é arrastada para uma rua adjacente enquanto se debatia. Huggo a carrega e aos sussurros, ao seu ouvido falava: - Agora é tarde demais para gritar. 
Passa-se dois anos.
Em frente à casa de Huggo
     Três horas da tarde, todos os sons da cidade invadem. Huggo se encontrava aflito, caminhava em passos apressados. Em seu ombro uma sacola. Perto de sua casa, ao observar com cuidado, percebeu que dois homens se postavam de forma suspeita. De um lado da Rua, sentado na calçada, um fumava tranquilamente um cigarro, enquanto oferecia limões a quem passava, em uma pequena banca de frutas. Na entrada de sua casa outro homem, aparentemente aguardando alguém, se encontrava encostado na parede com um dos pés apoiado em uma caixa, aparentemente vazia.
Huggo não poderia deixar de desconfiar de tudo que lhe parecesse diferente em sua rotina, devido aos fatos da madrugada.
Na madrugada.
     Duas horas da manhã, Huggo se encontrava sentado em um bar, cujo ponto ficava em um Bairro próximo do seu. Uma luz fraca tomava o recinto. Quem entrava pouco podia ver da cara do Barman. Onde Huggo se encontrava podia-se ver mesas de sinuca, mulheres da noite procurando atenção. No fundo do bar encontrava-se o ambiente que Huggo procurava - jogo.
     Uma pequena sala. uma mesa no meio rodeada de seis cadeiras. Dinheiro à mesa e cartas espalhadas no centro. Huggo olha o relógio, caminha lentamente dentro do ambiente. Fumaça, bebida, olhares desconfiados e atentos. Caminhando em direção à mesa, os curiosos abrem caminho. Os espectadores e participantes do jogo o conheciam muito bem. Um homem acompanhado de seu vício. Huggo novamente olha o relógio, volta o seu corpo para a saída do bar como se a procurar por algo. Uma bela mulher entra no bar, vestida de mine-saia e uma pequena blusa muito generosa ao deixar o volume de seus seios bem marcados em um pequeno bustiê. Se escora no balcão. Colocado ali para servir as pessoas que apenas desejam se embriagar, olhar o que ocorre e deixar o tempo passar. Acomodada em uma cadeira sem encosto, redonda, de cor grafite, tal como o balcão.  Seu corpo se volta em direção ao Barmen que prontamente a entrega um drinque. Claramente ele percebera a sua cliente e ao seu gosto lhe serve Drink de Gin com Uva - gin, uva-verde e refrigerante de limão -, sabendo que a bebida lhe serviria de companhia pelo resto da noite.
     Huggo volta a sua atenção à sala de jogo. Fumaça de cigarro, bebidas largadas e caras emburradas. Huggo pediu para entrar no jogo, sentou e começou algo que lhe traria um grande arrependimento.
     Cinco horas da manhã, uma mulher para em frente à porta que dá acesso ao jogo, começa a chamar Huggo que naquele momento estava tirando todo o dinheiro dos participantes da mesa. Huggo olha para trás e fala: - Só está rodada do jogo querida e vou. Na mesa todos o olham, desconfiados e enraivecidos. Do lado de fora da sala a mulher começa a escandalizar. Principiou a balançar o corpo, se exibia enquanto falava que toda a beleza que tinha seria servida a outro. Huggo termina a rodada ganhando, se levanta, caminha em direção a mulher e fala ao ouvido da dela que o esbofeteia. Huggo volta à mesa, pega todo o dinheiro que ganhara e fala a todos: - Vou resolver tudo e volto. Huggo não voltou, sabia que no jogo que iria participar só teria a permissão para sair quando estivesse perdendo, então ele convocou Elisa para auxiliá-lo a sair quando estivesse ganhando.
Pela manhã
Em frente à casa de Huggo
     Três horas da tarde, Huggo pega o telefone e liga para Elisa (a mulher que o acompanhara no bar). Ela atende o telefone e ele a orienta a pegar alguns documentos que lhe seriam necessários. Estes em seu apartamento. Após muito reclamar ela caminha até um apartamento que Huggo usava como segunda alternativa de residência.  Elisa, agora vestida de forma comportada, nem aparentava ser aquela mulher que estava no bar na madrugada insinuante. Ao entrar no prédio de Huggo onde se encontrava o apartamento alternativo, Elisa, foi segura pelos braços por um homem acompanhado de outros dois, que aguardavam algum movimento no apartamento de Huggo. Elisa foi arrastada para fora do prédio, colocada em um carro. O motorista, depois de ver todos acomodados, acelerou para um destino incerto.
     Huggo olhou pela janela, percebeu que a rua estava livre das pessoas que desconfiava. Saiu de seu esconderijo e foi ao seu apartamento que pedira para Elisa entrar e pegar documentos. Recolheu tudo que pôde e pensou em seguir para o destino de sua fuga, toca o celular de Huggo: - Estamos com a sua parceira, se você não nos entregar todo o dinheiro que você ganhou ela morre! Huggo parou, como a estudar a solução do problema, resolveu voltar e entregar o dinheiro.
Seis horas da tarde, Huggo se encontrava em frente ao bar que jogara na madrugada, dois homens o abordaram: - Está com todo o dinheiro!
- Sim, onde está Elisa?
- Passa o dinheiro! - Neste momento foi-lhe retirado à mochila que carregava e após alguns minutos o homem que a revistava deu-se por satisfeito.
- A sua Elisa está dentro daquele carro estacionado do outro lado da rua.
     Huggo correu para o outro lado da rua enquanto os homens que o abordara partiam em seus carros rindo e gritando: - Olha no Porta-malas!
     Huggo congelou, parando no meio da rua entre os carros que buzinavam ao seu lado, do seu rosto um suor frio descia, lentamente ele se aproximou do caro indicado, olhou o porta-malas que se encontrava ligeiramente aberto.
Huggo abriu o porta-malas e viu Elisa, ainda viva, retirou-a do porta-malas. Elisa sangrava, seu braço aparentava estar quebrado. Huggo pegou Elisa e a levou para um hospital. Chegando ao hospital ela foi colocada em uma Maca:
- Como você está Lisa! - Perguntava Huggo a Elisa.
- Estou bem e me desculpe por ter estragado tudo!
- Como você estragou?
- Enquanto você jogava, eu aceitei uma bebida de um homem que se encontrava no bar e acabei falando do nosso plano. - Huggo beijou o rosto de Elisa e saiu do hospital procurando se lembrar da placa do carro dos agressores. Lembrando, anotou a placa em sua mão, procurou raciocinar quanto aos fatos ocorridos.
     Huggo pegou seu celular e através de um conhecido conseguiu informações quanto ao carro e o motorista dos agressores. Ligou novamente, mas agora para alguns amigos, teve que fazer algumas promessas envolvendo dinheiro, naquele momento não pensava em lucro e sim em compensação quanto ao estado em que ficou a sua amiga Elisa. Huggo ligou para Elisa e a informou quanto ao que faria naquela noite, Elisa o desejou sorte e que para que tomasse cuidado.
Duas Horas da Manhã.
     Através das informações que colhera, Huggo pôde determinar o local onde os agressores de Elisa se encontrariam naquele horário, estariam em uma casa na periferia da cidade.
     Seus amigos se encontravam escondidos observando a casa que Huggo indicara como a que deveria ser invadida, ao sinal de Huggo seus amigos invadiram a casa. Com um chute a porta foi arrombada, todos entraram rapidamente e para surpresa de todos, a casa estava vazia. Huggo ainda vasculhou alguns cômodos mais nada fora encontrado. Ricardo, amigo de Huggo, caminhou até um dos quartos, ao tentar abrir um dos armários foi golpeado no peito. Uma faca que cortou o seu peito o deixando desequilibrado. Neste momento ele gritou e conseguiu chamar a atenção dos outros que ainda permaneciam na casa. 
     Todos correram em direção ao quarto onde se encontrava o amigo, neste momento a casa foi invadida por vários homens, comparsas dos homens que agredira Elisa. Entraram atirando e aos poucos derrubando todos os amigos de Huggo que ferido jogou a sua arma ao chão, implorando pela sua vida.
Tudo foi clareando lentamente, Huggo pôde então ver a face de seus agressores, dois homens ao lado de uma mulher, Huggo a reconheceu.
- Elisa?
- Sim Huggo!
- Mas como, o que faz aqui?
- Quero te apresentar uma pessoa. - Neste momento outra mulher entra no ressinto, Huggo não a reconhece, então Elisa fala:
- Não se preocupe em reconhecer, você não conseguirá, mas tente lembrar o que ocorreu há exatamente dois anos atrás, exatamente em um horário como este, então você saberá onde que a minha irmã entra em sua história.
     Naquele momento Huggo arregalou os olhos enquanto a irmã de Elisa se aproximava. Huggo berrava perguntando o que estava acontecendo. Huggo foi amarrado em uma cadeira, a irmã de Elisa encostou uma faca no peito de Huggo e foi a pressionando lentamente, Huggo sangrava e gritava não saber o que acontecia, então a irmã de Elisa sussurrou ao ouvido de Huggo: - Agora é tarde demais para gritar.
     Enquanto falava, aprofundava a lâmina da faca no peito de Huggo.
     A mão da irmã de Elisa avermelhava-se com o sangue que jorrava da ferida na mesma proporção que seus olhos.
Fim.    
 

 

Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 09/09/2010
Alterado em 04/01/2020
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