Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Quem compreende a natureza humana?
                 Somente DEUS!
                                                

                                                                                                  
  0800 SUICÍDIO
 
         - Cala a Boca!
         -Quem é você para me mandar calar a boca!
         Neste momento Rogério esbofeteia Raquel, que tropeça e bate com a cabeça na parede desfalecendo.
        Batem à porta da casa de Rogério, anunciando ser a polícia. Rogério recua ao mesmo tempo em que grita: - Ninguém chamou a polícia! Os policiais arrombam a porta da casa, entram gritando: - os vizinhos chamaram. Dois policiais invadem a casa. Como Rogério exibia resistência, os policiais o espancam e o algemam. Uma policial feminina corre para cuidar de Raquel.

         
         Passa-se dois anos.


         Rogério se encontrava em um bar, sentava ali todos os dias após o seu expediente de trabalho. Falava da vida com alguns conhecidos. Acreditava ser vítima de sua própria arrogância, ganância e estupidez. Uma vida repleta de uma falsa segurança.
         Atentamente Marcio, amigo que Rogério encontrava neste estabelecimento sempre neste horário, escutava e balançava a cabeça, vezes segurava o ombro do amigo e o aconselhava. Vida de erros e desleixos. Desleixo como no trabalho, que após tantas faltas o perdera. Engenheiro civil, trabalhava em construções e era muito requisitado. Agora se virava com alguns bicos em pequenas construções, sem a alta remuneração e a consideração de seus chefes. Vagava pelas ruas da cidade odiando a felicidade alheia, se refugiava em uma pequena quitinete. Seu espaço, uma cama, uma mesa e um bar.
         Em um dia como outro, Rogério senta, para no seu ponto e pede uma bebida de fim de expediente, Marcio não se encontrava, um homem desconhecido se aproxima de Rogério e joga um cartão à sua mesa, se aproxima e lhe fala, este número é a sua solução. Rogério fica intrigado, observa o homem que se afasta, tenta falar-lhe algo, mas não é correspondido, então levanta e vai para a sua casa. Chegando lá ele senta em sua cama, pega o telefone e disca o número, 0800...., alguém lhe fala: - 0800 suicídios. Rogério joga o telefone na cama, se afasta trêmulo. Convencido de que não escutara bem a telefonista, disca novamente e escuta:- 0800 suicídios, pois não Senhor Rogério. Ele joga novamente o telefone na cama, pega uma bebida que tinha em casa, termina com a garrafa e adormece.
         Rogério acorda atordoado, um pouco pela ressaca decorrente da garrafa de bebida que esvaziara na noite anterior e o restante pela ligação que realizara que lhe parecia um pesadelo. Sai para a rua, caminha lentamente para o ponto de ônibus, chega próximo a um posto de gasolina e desce. Cumprimenta algumas pessoas que lá trabalhavam, até que chega próximo ao proprietário.
         - Bom dia sou Rogério. - Rogério lhe estende a mão, ele buscava ali tentar participar de uma grande obra a muito programada pelo proprietário.
         - Bom dia, desculpe perguntar, mas o senhor bebe? Não pude deixar de sentir o cheiro. – Rogério abre um sorriso sem graça e logo após alguns minutos o proprietário lhe avisa que caso necessitasse de seus serviços lhe ligaria.
         Rogério caminha até o bar que freqüentava e lá encontra o seu amigo Marcio. Fala-lhe de seu dia e do acontecimento intrigante da noite anterior, Marcio lhe conta que para ele não era novidade e que até conhecia pessoas que tinham escolhido aquele caminho. Rogério ficou mais perturbado ainda. Marcio lhe falou que agendara com a empresa, ao qual ele classificou de excelente, um serviço parecido, estendeu um copo para Rogério cheio de conhaque. Rogério ficou atordoado e saiu do bar em direção à sua casa.
         Rogério sentado à cama observava o telefone. Após alguns minutos pegou o telefone e discou o número, uma voz o respondeu:
         - 0800 suicídios, pois não senhor Rogério.
         - Eu só quero algumas informações.
         - Claro senhor, mas para isso necessitamos de sua assinatura em um contrato de associado, mandaremos um mensageiro.
        - Você não entendeu. – Antes que Rogério terminasse de falar alguém bate a porta.
Rogério levanta para atendê-la:
         - Sim.
        - Eu sou o mensageiro. – E o jovem rapaz estendeu-lhe um contrato.
         - Como, eu ainda estou ao telefone, falando com a telefonista!
         - É só o senhor assinar que todas as perguntas serão respondidas. – Então Rogério assinou o contrato, observou o jovem rapaz caminhando pelo corredor e voltou para terminar ao telefone.
         - O que está acontecendo!
         - Não se preocupe, receberá após alguns dias todas as informações.
         A telefonista desligou o telefone, Rogério ficou perturbado, pois não lera o que acabara de assinar, toca o seu telefone:
         - Rogério, aqui é o Marcio, tenho belas novidades para você, encontre-me amanha no nosso local de encontros, pela manhã. – Rogério fica curioso, deita-se e dorme.
         Ao acordar, Rogério se arruma rapidamente e corre para o encontro com Marcio. Marcio o informa de uma construção que se iniciara próximo à sua casa e da necessidade de que aparentemente está tinha que correspondia ao conhecimento que Rogério continha. Marcio leva Rogério até a uma loja de roupas, providencia um traje, esporte fino. Fala para Rogério que não deveria se preocupar pois com o seu primeiro pagamento ele quitaria aquela dívida, ambos caminham para o imóvel em construção. Chegando próximo ao imóvel Marcio se despede de Rogério e o orienta quanto ao local para a entrevista.
         Rogério, bem alinhado, caminha até a construção, entra em uma sala bem arrumada e é recebido pelo proprietário. Uma bela mulher, aparentando seus 36 anos o recebe. Informa das necessidades de sua empresa, estende a mão para Rogério e lhe informa que estava contratado, mas não antes de preencher alguns documentos. Helena, a proprietária, convida Rogério para um jantar a fim acertar os detalhes finais da contratação.
         Rogério vestido com sua melhor roupa chega ao restaurante, observa ao entrar Helena, bela, radiante, sentada com uma saia que além de acentuar as suas curvas, deixava uma grande parte de suas belas pernas aparecerem, fazendo com que todos à sua volta procurassem encontrar aquela brecha que engenhosamente ela cobria a fim de manter a sua dignidade.
         Rogério se aproximou, segurou a mão de Helena e a conduziu até uma mesa. Ambos aproveitaram a noite para se conhecerem melhor, Helena levou Rogério até a sua casa.
         Amanheceu e Rogério percebeu Helena ao seu lado. Helena levantou e o serviu de um belo café. Aproveitou para lhe informar quando começaria no serviço. Rogério comunicou Helena que deveria ir a sua casa para organizar seu dia, Helena adiantou a metade do pagamento que Rogério receberia e emprestou o seu carro para um maior conforto de Rogério.
          Rogério rodava pela cidade extremamente feliz, recapitulava o seu dia, a bela conquista, o emprego. Olhava para o belo carro que sua chefe o emprestara. Passou a quarta marcha e experimentou a potencia do veículo, ao passar a quinta marcha uma corrente elétrica partiu do câmbio tomando o corpo de Rogério causando-lhe um ataque cardíaco, o carro capotou e parou ao bater em um poste. Segundos se passaram e Rogério despertou, estava em meio à lataria do carro, um bombeiro falava-lhe ao ouvido, Rogério o reconheceu, era Marcio. – Calma Rogério, já está acabando, todas as despesas serão pagas através da apólice de seguro que você assinou, sei que teve uma boa vida. Rogério arregalou os olhos enquanto Marcio tapava-lhe a narina e a boca.
         “Rogério morto, não me deixou nada, quanta tristeza trago nesta minha vida. A casa que ele deixara, agora está sendo disputada por outra mulher, que lhe acusa de estupro e roubo de carro”. Pensava Raquel enquanto chorava, suas lágrimas desciam pelo seu rosto; viajavam pelo ar e caiam sobre o chão. Raquel pega o telefone e um cartão que se encontrava em uma mesa à sua frente e disca um número, escuta uma atendente falar: - 0800 suicídio, pois não senhorita Raquel...

          Fim...



     

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Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 26/10/2010
Alterado em 09/06/2013
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