Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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                                 Assassino a solta

 
 
                Soa as sirenes do presídio. Doze fugitivos haviam se evadido. Toda a força policial foi acionada. Passaram-se três dias e onze destes foram capturados. Ronaldo da silva Dimas conseguiu se evadir com sucesso.

Quatro dias após a fuga.

                Após vinte anos preso Dimas chega próximo a sua antiga casa no morro do urubu. Cansado, louco para rever a sua família, bate à porta da casa  que erguera com todo o seu suor. Pedreiro de profissão, não teve dificuldades em levantar as muretas de seu lar.
                Envolvido com o tráfico, após uma batida policial fora escolhido entre os homens do dono como troféu para os policiais que exigiam cinco cabeças para justificar com os seus chefes. Mas o crime que Dimas deveria carregar seria o de assassinato, tráfico e pedofilia, aproveitando a disposição de Dimas, alguns policiais, ainda colocaram em suas costas os crimes de estelionato, formação de quadrilha e seqüestro. Assim a polícia teria alguns crimes solucionados e alguns parentes de vítimas satisfeitos pelo cumprimento da lei.Uma dura carga para um homem que em sua vida trabalhara arduamente como pedreiro.
                A porta se abre e Dimas vê a sua frente um jovem que lhe informa que a casa havia sido vendida e que os moradores não estavam mais na favela. Dimas fica constrangido mas decidido a reencontrar a sua família. Dimas sobe o morro com a intenção de falar com o dono. Se alguém poderia falar algo seria ele. Ao chegar ao sopé do morro Dimas é cercado por uma garotada armada de M16 e pistola 9mm. Dimas recuou, mas a garotada exigiu explicações. Dimas falou de seu relacionamento com gambá, dono do morro.
                Dimas foi surrado e largado enquanto o dono se chegava. Um garoto de seus 19 anos se anunciou, surrou Dimas enquanto que o informava que gambá estava, a muitos anos, morto e enterrado. Dimas ficou alucinado, correu morro abaixo até chegar no asfalto( localidade fora da favela).
                Entardecia e Dimas procurou uma marquise para passar a noite. Ao se acomodar embaixo da marquise um grupo de indigentes exigiu que ele se retirasse. Dimas se ergueu e informou que era morador do morro do urubu e que exigia respeito. Dimas foi surrado e lançado na estrada. Dimas começou a andar desorientado pela rua, esperando que o dia chegasse. Ao raiar do dia, com fome, cede encostou-se a uma lixeira e começou a tentar se alimentar do que tinha, não demorou muito e Dimas foi agarrado pelas costas e lançado para longe da lixeira entre ameaças. O proprietário do estabelecimento em que Dimas procurou se alimentar nas lixeiras o preveniu que da próxima vez o mataria.
                A noite chegava e Dimas com fome, desorientado pensou em uma solução. Um grupo de rapazes, de cabeças raspadas, caminhavam em direção de Dimas. Quando observaram Dimas começaram a se preparar com facas, correntes e porretes. Dimas mesmo cansado correu para o outro lado da rua, sendo seguido pelos garotos. Dimas se aproximou de uma viatura de polícia assustando assim seus prováveis agressores.
               Dimas continuou sua caminhada na madrugada, ao longe Dimas pode ver uma senhora de idade caminhando pela calçada. Totalmente indefesa e vítima fácil. Naquele momento Dimas tomou uma decisão e rapidamente caminhou até a senhora (...)
               Duas horas da manhã, uma batida ensurdecedora acorda os policiais que se encontravam de serviço. Uma grande correria tomou conta da penitenciaria, os policiais abrem a porta e um homem cai pedindo para entrar, se identifica como Dimas o fugitivo.
               (...) Ao chegar próximo Dimas contou a sua história, a senhora em empatia entrega-lhe alguns reais e Dimas, com o dinheiro no bolso, pegou o primeiro ônibus que o levasse para o presídio.
                Sete horas da manhã. Dimas se levanta, caminha até o refeitório. Pão, leite, café, suco e frutas. Dimas se alimenta e vai para a caminhada matinal, se confraterniza com os conhecidos e conta a sua aventura de uma maneira que se tornasse atraente. Chega a hora do almoço e Dimas se alimenta fartamente. Ao entardecer Dimas toma banho, Janta e pega a ceia, vai para sua cela e dorme tranquilamente.
                Soa a sirene do presídio. Dimas acorda assustado enquanto à porta de sua cela alguns homens o orientam a sair. Dimas é carregado pelos corredores enquanto é informado que era uma fuga e ele deveria orientar a todos sobre como se comportar. Dimas heroicamente se desvencilhou de seus colegas gritando:
                - Corre galera, vou ficar aqui para impedir os homens de seguir vocês.
                Aos gritos os prisioneiros correm pelos corredores observando Dimas, o grande herói, que fica para traz para garantir a grande fuga de seus companheiros.

Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 05/12/2011
Alterado em 05/12/2011
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