Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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        Golpe Mortal

 
       Sete horas da manhã e as cortinas do quarto de Marcelo se abriam lentamente deixando a luz dos primeiros raios de sol entrar.  Uma música suave começou a tocar. Marcelo abriu os olhos, esticou a mão até a cabeceira da cama, com leves toques acionou a luz e ligou a televisão. Enquanto iniciava o noticiário Marcelo se banhava.
          O dia estava bonito, podia-se escutar o canto dos pássaros entrando na casa través da janela, ao longe se percebia pendurado em uma arvore um lindo bebedouro para beija flor que se estendia como um galho florido. O pássaro chegava como se fosse um raio. Com as asas rápidas, quase imperceptíveis, estacionava no ar. Beijava uma flor com precisão e suavidade. Experimentava do bebedouro. Repentinamente, deslocava-se até outra flor. Instantes depois ele não estava mais.
          Marcelo saiu do chuveiro. Pegou um terno azul escuro, bem cortado que se encontrava pendurado em um cabide colocado atrás da porta do quarto. Ele se vestiu lentamente. Procurou sua mala – mala de couro, com alças que se estendiam até o ponto dela poder deslizar suavemente pelo piso -. Marcelo abriu a mala e observou seu interior. Ele fechou a mala e caminhou para fora da casa. Entrou em um carro e seguiu para o centro da cidade.
          No centro da cidade Marcelo procurou um estacionamento público. Manobrou o seu carro, pegou o tíquete de estacionamento – ainda dentro do carro, utilizando um linguajar que traduzia educação e humildade –, colocou o seu carro em uma vaga, pegou a sua mala e saiu andando para fora do estacionamento cuidando de cumprimentar o funcionário.
          Marcelo arrastou a sua mala até chegar em um banheiro público. Ele entrou, ocupou um recinto com uma latrina. Colocou sua mala sobre o vaso e a abriu. De dentro da mala Marcelo retirou uma sacola enorme, própria para acomodar um grande volume de roupa. Retirou da mala uma roupa suja, rasgada, um par de sandálias, um frasco com farelo de grafite e uma peruca de cabelos entrelaçados. Marcelo trocou de roupa, sujou o seu rosto com o grafite, colocou a peruca e um óculo escuro. Toda a roupa que chegara colocou na mala e a mala dentro da sacola. Ele caminhou cambaleando, se escorando nas paredes até chegar a uma rua próxima aos bares e restaurantes do centro. Tratava-se de uma segunda-feira, dia em que todas as salas de escritório estavam em funcionamento. A rua estava lotada de pessoas que caminhavam para todos os lados. Marcelo expulsou um mendigo que estava no ponto em que se fazia pedinte. Normalmente Alfredo ficava naquela rua acompanhado de uma mendiga, que sempre davam trabalho à Marcelo. Ele se sentou no chão, colocou a sua grande bolsa encostada em suas costas e esticou a mão em suplica. Não demorou muito e ele recebeu a sua primeira moeda. No final da manhã teria o total de duzentos ou trezentos reais e no final do mês de quatro a seis mil reais.
 
             Em outro local da cidade

         Rogério chegou a seu trabalho. Caminhou até uma sala e com um grande sorriso cumprimentou Raquel:
          - Então, vamos ver a casa hoje!
          - Claro!
          - Não se preocupe, estou para realizar um grande negócio.
 
            No centro da Cidade
     
          Marcelo verifica a hora, percebe que passava de 13h00min. Ele se levanta juntando suas moedas. Caminha até o banheiro público, entra em um reservado e troca de roupa. Sai do banheiro empurrando sua mala que em seu conteúdo continha a roupa desgastada, sandálias e o dinheiro recolhido. Ele se observa no espelho, limpa a sujeira de grafite em seu rosto, alinha o terno e arruma o cabelo. Chega até o estacionamento e segue para o trabalho.
          Marcelo estaciona seu carro em uma vaga e caminha para o prédio que trabalhava. Entra, cumprimenta o pessoal da portaria. Sobe até o sétimo andar e é recebido pelo seu chefe:
          - Marcelo como esta a venda da mansão.
          - Não se preocupa, estou aqui apenas para pegar alguns documentos e ir para a colina vender a casa.
          - Espero que sim. – Falava o chefe de Marcelo aparentemente incrédulo com o resultado por ele prometido. Marcelo pega os documentos que desejava e segue para realizar a sua venda.
          Marcelo chegou ate a mansão à venda. Ele observa o bebedouro de beija flor cercado de pássaros. Logo após a chegada de Marcelo chegou mais um carro. Dele desceu um casal. Marcelo tratou de cumprimentá-los e guiá-los em direção a casa.
         Marcelo tratou de levá-los para dentro do quarto. Um belo quarto com controles de cabeceira para ligar a TV, fechar as cortinas. Raquel seguiu com Marcelo para observar a cozinha e Rogério ficou observando o quarto.
        Raquel e Rogério olharam para Marcelo e o informaram que ficariam com a casa. Marcelo se segurou para não comemorar ali na frente do casal, afinal seria uma comissão de 20% sobre um valor de R$ 2.000.000,00. Marcelo cumprimentou o casal e os guiou até o quintal da residência. Acenou enquanto o carro de Rogério se afastava. Ele correu para o seu carro e acelerou na intenção de seguir o casal – Marcelo não poderia deixar de saber se existia a possibilidade tirar mais dinheiro de um casal com um poder aquisitivo tão significativo.
 
          Rogério e Raquel entraram em um restaurante. Marcelo percebeu que o restaurante tinha uma saída nos fundos. Ele entrou no restaurante pelos fundos e pode observar Rogério e Raquel sentados lado a lado em frente a uma mesa. Marcelo caminhou entre os fregueses e conseguiu sentar próximo à mesa do casal:
          - Então Rogério, como é que nós poderemos comprar aquela casa? - Perguntava Raquel.
          - Hoje à noite eu vou receber uma ligação de um fornecedor. Eu vou comprar três milhões em barras de ouro por quatrocentos mil. Vou vendê-las por dois milhões de reais.
          - Nossa, que bom Amor.
          Na mesa do lado Marcelo se esforçava para escutar a conversa do casal. Nas poucas palavras que escutou pode perceber os valores.
         Rogério e Raquel ficaram por alguns minutos no restaurante e saíram para o carro. Marcelo se levantou rapidamente, caminhou para a saída dos fundos e antes que o casal saísse ele correu para o seu carro.
        O casal saiu do restaurante. Na porta do restaurante se beijaram e foram para lados opostos. Raquel seguiu caminhando pela rua, Rogério entrou em seu carro e guiou seguindo a estrada. Marcelo resolveu seguir Rogério.
         Rogério chegou até uma casa de esquina. Encostou o seu carro próximo ao paralelepípedo e entrou na casa. Não demorou muito e Rogério saiu da casa, entrou em seu carro e seguiu pela estrada. Marcelo que aguardava do lado de fora, ao ver Rogério se afastar, desceu do carro, caminhou até os fundos da casa de Rogério. Ele observou uma janela aberta e entrou na casa.
          Marcelo caminhou cuidadosamente pela casa. Chegando próximo ao telefone de Rogério colocou um dispositivo de escuda, com todo cuidado procurou sair da casa.
          Marcelo estava aguardando em seu carro quando Rogério voltou. No carro a ansiedade tomava conta de Marcelo até que percebeu uma ligação chegando no telefone de Rogério:
          - É para hoje o encontro! Estarei na esquina da Sibeira com a Candido. Leve o dinheiro que eu levarei o produto. Como posso te reconhecer? – Falava uma voz feminina em tom de imposição.
          - Estarei com um terno azul escuro, uma maleta na mão direita e usarei uma frase como código: “Nada é o que parece”.
          - Correto, te espero em duas horas.
          Marcelo olhou assustado para o relógio. Correu até o carro de Rogério e enfiou uma chave de fenda furando o pneu, entrou em seu carro e correu para a casa que ocupava.
          Chegando na casa Marcelo correu para o quarto. Levantou o colchão e pegou uma maleta, a abriu e contou o dinheiro que estava em seu conteúdo. Voltou para o carro e seguiu para a esquina da Sibeira com a Candido.
          Marcelo estacionou o carro na esquina. Saiu do carro se deixando à amostra, segurando a maleta na mão direita.
          Marcelo sentiu um cano encostar-se a sua costa. Ele tentou se virar, mas ma voz feminina mandou que ele não se virasse e falou-lhe ao ouvido: “Nada é o que parece”. Um carro apareceu na rua. Parou em frente ao carro de Marcelo. Lentamente uma figura começou a sair do carro. Marcelo pode perceber o homem com roupas rasgadas, o rosto sujo e pés descalços se aproximar. A certa distancia Marcelo comentou sussurrando: - Alfredo.
         Marcelo escutou um estampido. Sentiu suas costas queimar e um líquido quente descer sujando seu terno de vermelho. A maleta que carregava se soltou da sua mão indo parar à frente de Alfredo. Seu corpo caiu no chão. Marcelo se virou e pode ver o casal de mendigos se beijando. O casal o observou falando-lhe:
          - Prazer Marcelo, eu te apresento Raquel e eu sou Rogério. – Marcelo escutou outro tiro.
          A rua estava lotada de pessoas que caminhavam para todos os lados. Alfredo se sentou na calçada, ao seu lado sua companhia esticou uma lata para iniciar a sua manhã de pedinte, antes do trabalho...



Fim ...

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Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 04/12/2012
Alterado em 06/12/2012
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