Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Textos
     Depois de três dias de longa caminhada Raquel e Rogério observaram uma pequena cidade que se distanciava da estrada em alguns quilômetros. O tempo anunciava uma forte chuva. Praticantes de Trekking, esporte de pequenas caminhadas em locais onde vigora a natureza livre, carregavam em suas mochilas saco de dormir, barraca, fogareiro, uma panela, sabão e algumas roupas. Suas mochilas com painel nas costas, sistema de Hidratação, levavam o material necessário para a jornada com certo conforto. Em suas mãos constava um mapa estratégico, GPS, com o caminho a seguir e locais onde se poderia encontrar hospedagem ou moradores da localidade considerados colaboradores. Mas o clima não estava ajudando e ambos se olhavam acreditando terem feito uma escolha nada inteligente quando decidiram caminhar pelas estradas.
  D
o ponto onde estavam, ao olhar a pequena cidade, decidiram arriscar, sair do caminho traçado e adentrar na pista de barro assentado até chegar à cidade. Ao tocar o solo com os pés levantavam uma poeira fina que se instalava em suas roupas, tênis, olhos. No caminho da cidade Rogério viu uma trilha que levava a uma bela casa estilo colonial. Uma entrada principal dividia a casa harmonicamente, janelas grandes com vitrais impactavam a visão até que se perdia ao olhar em um belo jardim.
     Seguiram a trilha até chegarem à bela casa. Bateram à porta e não demorou muito uma bela senhora atende:
      - Bom dia, o que fazem aqui meninos?
   - Nós estamos caminhando pela estrada e decidimos ir até aquela cidade, mas o clima não esta ajudando e viemos até a sua porta. Se a senhora permitir gostaríamos de montar uma barraca em seu quintal para esperar o fim da chuva. – Rogério explicava as suas intenções.
    -Entrem meninos, não há necessidade de ficarem do lado de fora.
   Ao entrar na bela casa o casal percebeu que lhe faltava cuidados. A poeira se instalara nos móveis. Velhos móveis conservados dentro do possível. A senhora os convidou a deixar as mochilas de lado e caminharem até a cozinha. Da janela da cozinha uma bela vista de um jardim bem cuidado.
Um belo jardim que seguia pelo horizonte até ter sua beleza interrompida, curiosamente, por valas cavadas aparentando covas. Ao lado montes de areia simulavam valas cobertas. Um senhor que cuidava das plantas parou o seu trabalho ao ser chamado pela dona da casa. A Senhora se voltou para os convidados:
      - É o meu marido, ele logo virá e se juntará a nós, mas antes ele tem que alimentar os porcos.
      A chuva começou e com ela um vento que dobrava as árvores. O dia ficou escuro. Nuvens pesadas cobriam a região enquanto trovões e relâmpagos assustavam Raquel. A porta da casa foi aberta e um Senhor entrou, molhado, sujo, arrastando uma enxada. Se aproximou da cozinha, cumprimentou os convidados e entrou casa adentro. A Senhora preparou um café e serviu ao casal – O casal não tinha o habito de tomar café, mas dado a situação aceitaram. Foram poucos minutos até o casal ficar sonolento. O café teve um efeito contrario os levando a se retirar da cozinha e serem conduzidos a um quarto na parte superior da casa. Deitaram em uma cama e pegaram no sono.
     Os olhos de Raquel abriam lentamente, a sua frente a dona da casa sorria e lhe apresentava um prato com alguns bolinhos de carne. Após rejeitar a fritura Raquel olhou para o lado e não viu Rogério:
      - Onde está o meu namorado?
     - Ele foi até a cidade procurar uma pousada. Vocês dormiram um dia inteiro!
    Raquel levantou assustada, caminhou até a sala da casa e começou a mexer em sua mochila. Em poucos segundos pegou um rádio Motorola e começou a realizar uma chamada:
    - Rogério, Rogério aqui Raquel. – Insistentemente a chamada se repetia.
    Durante as chamadas um som simultâneo incomodava. Raquel continuou a chamar e a seguir o som que acompanhava a chamada. Em sua procura a Senhora a seguia e falava-lhe que deveria sentar e esperar. Mas Raquel seguia seus instintos até se deparar com uma porta que dava acesso a um porão. A porta foi aberta, ao ouvido a
Senhora falava insistentemente para que Raquel interrompesse a sua procura. A escuridão dominava o ambiente. Uma escada úmida levava até o piso. Lentamente Raquel foi descendo. Tomando cuidado para não escorregar, tentava chegar até o som que a incomodava. Sempre fazendo chamadas em seu rádio percebeu o som aumentar. No final da escada uma lama fina tomava o piso, um cheiro de morte entrava em suas narinas. Mais uma chamada, Raquel começou a tatear o chão e sentiu que tocou em algo, se abaixou e pôde ver a mochila de Rogério. A abriu, encontrou o rádio de seu namorado. Pegou uma lanterna, ligou e viu à sua frente uma cabeça humana decepada, de olhos arregalados desvendando o mistério, Raquel gritou:
     - Rogério! –  U
ma pá desceu sobre sua cabeça tirando- lhe os sentidos.

     Três dias se passaram

    Um carro parou à frente de uma bela casa estilo colonial, dois rapazes desceram do carro e caminharam até a entrada, bateram na porta:
     - Bom dia, o que fazem aqui meninos?
     - Estamos procurando uns amigos e pela ultima localização de seus equipamentos, passaram por aqui.
   - Entrem meninos. – falava a bela Senhora
 O rosto simpático, seguido de um belo sorriso convenceu a dupla.
     Logo ao entrar os amigos foram convidados para um café na cozinha e comer alguns bolinhos – Os rapazes não tinham o habito de tomar café, mas dado à situação aceitaram. O café chegou, foi colocado à frente dos rapazes junto com um prato com alguns bolinhos de carne, mas antes de tomarem o café um dos rapazes resolveu fazer uma chamada em seu rádio:
   - Raquel, Raquel aqui Marcio. – Estranhamente o som se repetia. Marcio olhou ríspido para a senhora.
    - Não se preocupe menino, é o papagaio! – E o pássaro repetiu:     - Raquel, Raquel aqui Marcio.
    Marcio abriu um grande sorriso. Ele e seu amigo pegaram seus cafés: - Parece-me um bom café. - Angustiada com a demora a Senhora interviu: - Vamos logo, tomem os seus cafés, estamos com falta de carne!
   - Marcio olhou assustado para a senhora, olhou para o seu amigo e bateu de ombros, ambos tomaram o café.


Fim.


    
    
       
 
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 29/09/2013
Alterado em 12/05/2014
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