Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Textos
Depois de uma noite de amor
Levantei bem cedo, como todos os dias eu procurei o que não sabia, mas vagamente minha memória ia se soltando e lembrei, era você.
Acordou, saiu sem avisar e nem deixou um bilhete, qual o seu nome mesmo? Marta? Não, Raquel? Não.
Bem acho que foi melhor, com certeza, devido ao habito, que é comum a mulher, de querer estar a um passo sempre à frente, pensou por nós. Para que ficar e ter que escutar algumas mentiras embaralhadas que eu acreditaria por ser mais conveniente acreditar, para que você ficaria aqui a escutar mentiras que certamente teria que aceitar.
Cansado, porém feliz por ter cumprido a minha obrigação de macho, fui à cozinha fazer o meu café. Para o meu espanto o café já esquentava na cafeteira e o biscoito estava junto à mesa, cuidadosamente arrumados, não sei, mas aquilo me deixou apavorado, procurei por toda a casa, entretanto você havia realmente ido, mas de uma maneira intrigante e assustadora você deixou um pouco de si em minha casa, a cozinha estava perfumada com o aroma do café, que não era o que eu já estava acostumado, em todas as manhas; não sei talvez por fazê-lo não tinha percebido ainda o prazer de sentir o seu aroma, os biscoitos eram mais que biscoitos, era sim uma obra de arte. Quem é está mulher que me falava tão doce ao ouvido e demonstrava com todas as forças o prazer que eu lhe entregava, ou me fazia sentir perfeito o bastante para acreditar que lhe levava até o mais profundo prazer.
O sol já batia forte na janela e eu percebi a cada minuto que não estava só, a cadeira colocada cuidadosamente à mesa, a pia bem arrumada e todas as coisas no lugar. Não sou apaixonado por organização, ou não o era, pois aquele quadro me fez perceber o quando satisfeita e feliz você saiu de minha casa, qual era mesmo o seu nome? De certo neste momento você deve estar fazendo à mesma pergunta.
Era só sexo, já passava das duas horas da manha e eu já havia bebido todas e não estava procurando nada, quando me dei por conta do tempo estava na cama e amando. Bem, você sabe meu endereço, sabe como chegar, entretanto uma sensação de vazio tomou o meu corpo, como posso tratar assim a quem me dá tanto prazer, como posso deixar escapar uma pessoa tão delicada e cuidadosa, que sabe amar e se entregar, e talvez a quantos? Somos todos volúveis, e vivemos de sentimentos momentâneos e sem importância, gostaria de não ter sido só um objeto e de não ter um objeto em meus braços. Posso imaginar que todo o quadro fora pintado, para me causar a sensação de que algo importante havia perdido e que tudo não faz parte do todo...







Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 18/04/2009
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