Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Textos

O ANJO E O DEMÔNIO

O ANJO
Em um quarto de uma casa grande e bela, próxima a um Rio limpo e sereno, uma mãe se contorcia em dor, enquanto na sala dezenas de familiares esperavam que tudo ocorresse de forma que mãe e filho saíssem perfeitos daquela luta. Passados minutos que pareciam horas, nasce a linda criança, uma menina, seu nome Bella.

O DEMÔNIO

Passava das 23h00min, uma mulher andava apressadamente pela calçada. Chorava, tremia, no seu colo uma criança embrulhada em uma toalha banhada em sangue. Tropeça, cai e deixa sair de seus braços a criança que rola pelo chão. Se levanta, se abaixa, pega a sua criança, continua a sua caminhada até chegar a uma Rua sem saída, onde encontra uma parede para se encostar. Maltrapilha, desnutrida se acomoda, enrola-se em papelão neste lugar abandonado pelo mundo. Cansada arruma um espaço para deixar a sua criança acomodada. Beija a criança, em uma última lágrima, se afasta de seu rebento, olhando-o no sereno, deixando-o ao vento, seu nome Bravo.
O ANJO
Em um colégio particular, toca o sinal de término da aula. As adolescentes correm direto para o portão de saída, entre elas Bella, com o seu lindo olhar. Embaixo do braço livros, dentro da mochila cadernos, na face rosto belo. Toda de rosa, espera uma rosa, de uma mãe atenta que a sustenta. Sua roupa balança, como um compasso com a vida, em sua corrida. Num colégio para moças, família a esperar ajuda-lhe com a bolsa, enquanto entra no carro. Vestido bem cortado, uniforme dum colégio bem cuidado, entra no carro, em direção à casa de seus amados. Em casa Bella, corre para o quarto, num instante banho tomado.  Almoço sobre a mesa. Logo parte para o quarto com a certeza. Encontrar sua cama arrumada, seus ursinhos alinhados e computador ao lado.

O DEMÔNIO
22:00h de uma terça feira. O Agente Penitenciário caminha até a cela número 23. Bate nas grades na intenção de alertar os presos. Bravo se assusta e levanta lentamente, olha para o carcereiro e caminha até as grades. O carcereiro determina que ele encoste nas grades. Quando Bravo chega até as grades recebe uma porretada no rosto e cai desfalecido no chão. O sol entra pelas frestas da janela, assustado Bravo acorda ainda com a dor da surra da noite passada, a sua frente ele percebe que as grades estão abertas, para que os presos caminhem até o refeitório, hora do café.  Rapidamente Bravo se levanta e corre, chega ao refeitório e entra na fila. Forte como a um touro, pouco se percebia sinal das porretadas, a surra da noite passada não iria tirar-lhe o apetite.

O ANJO E O DEMÔNIO

 
Sábado, o pai de Bella reúne toda a família para um passeio na praia.  Bella, sorridente, coloca um pequenino biquíni, procura uma toalha que lhe cobriria todo o corpo. Se enrolou nesta e procurou entrar no carro, após algum tempo a sua família chegou à praia e se acomodou em um canto na areia.
Sábado, uma grande fuga acontece na instituição onde Bravo se encontrava, os garotos, maioria adolescente, conseguem pular o muro e correm para a rua. Espertos os garotos resolvem ir para a praia mais próxima a fim de se misturarem com as outras pessoas que aproveitavam o sol, para ter um momento de paz com a família.
Na praia escuta-se um grito:  – Arrastão! Rapidamente o pai de Bella levanta e tenta empurrar a família para fora da confusão. Não conseguiu, pois se formou uma verdadeira barreira humana, que arrastava todas as pessoas para o centro da praia. Bravo corria pela praia gritando, esmurrando e roubando todas as pessoas que estavam a sua frente, quando ele percebeu que estava sendo seguido por policiais. Tentou sair daquela situação, não conseguindo agarrou a primeira pessoa que estava a sua frente, seu nome era Bella.
- Parado malandro, larga a moça. - Gritava o policial rispidamente a fim de resolver a situação o mais rápido possível.
- Eu mato a moça. - Falava Bravo, enquanto segurava Bella, que assustada deixava que a urina descesse pelas suas pernas.
Um policial afoito dispara um único tiro. Este rompe o peito de Bella e atravessa a barriga de bravo. Cai Bella com Bravo ao lado.
- Quem é você, o que eu fiz para merecer isso? – Fala Bella entre suspiros.
- Meu nome é Bravo e desde o dia que nasci já estava morto.
Os policiais, apavorados, cercaram os dois feridos. O pai de Bella tentava romper o cerco de policiais, mas não consegue. Uma ambulância leva os dois para um hospital da região. Chegando ao hospital colocaram Bella em uma maca e a levaram para o centro cirúrgico. Colocaram Bravo em uma maca no corredor desfalecido. Bella foi rapidamente cortada e operada. O pai de Bella chegou até o hospital e apavorado perguntava pela sua menina. O médico aflito falava, que apesar de retirarem a bala, a filha não iria sobreviver. Sem conhecimento da família, Bella, carregava um problema sério no coração. Se não fosse o incidente ela não teria muito tempo de vida. Apenas um transplante poderia salva-la.
No corredor, Bravo, foi diagnosticado com morte cerebral. Consultado a polícia, no estabelecimento que estava preso, foi constatado que ele era doador. Todos os órgãos do Demônio foram retirados. Bella fora transferida para um Hospital particular, onde seus pais receberam a notícia de um coração disponível para o transplante.
Numa noite fria Bella dormia, fora de perigo, mas em observação. Pela janela chegava uma brisa fria. Seus olhos abriram, colocou a mão no peito e sentiu no leito, vida em coração que batia.
Dorme novamente em encanto Anjo, deixando um pranto, onde coração do Demônio batia.
 

Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 27/04/2009
Alterado em 04/02/2019
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