Mais um dia (Jogou-se do sexto andar)
Parecia um dia normal, eu passava calmamente a caminho de meu trabalho, na Rua Doutor Fernando Silva, entre o prédio da República e a do Supermercado Baunilha, “Onde o preço é sempre doce”, a rua movimentada demonstrava claramente que estávamos no horário do pico, todos correndo para os seus trabalhos. Em um segundo tudo parecia nebuloso, uma mudança brusca na rotina, de repente pessoas começaram a gritar e correr para os lados, seguindo o fluxo destas eu procurei correr para longe, não sei do que. Um barulho tomou conta do dia, daí que as pessoas se assustaram e começaram a se pisotear; para meu espanto uma pessoa se jogara da janela. Jogou-se do sexto andar daquele prédio de escritórios, uma pessoa por motivos desconhecidos se jogara desistindo da vida, várias pessoas se aglomeraram envolta do ainda moribundo corpo, uma menina caída na calçada, pessoas gritavam pedindo socorro, outras se faziam de médicos e assistentes e eu calmamente observava a vida partindo. Logo chegou uma ambulância e com um olhar negativo o médico comunicou o óbito e chamou o rabecão.
Nossa estou atrasado, saio correndo e chego no trabalho, lá todos já sabiam do acontecido, idade da menina, motivo da sua morte, que aliais eram, no mínimo quinze versões. Logo o ambiente foi se acalmando e as pessoas voltando ao seu trabalho.
Outro dia e lá estava à marca da queda, o sangue ainda marcado na calçada e as pessoas calmamente passavam e pisavam, sem saber o que acontecera ou sem se importar, no meu trabalho já se falava do jogo do flamengo, peguei logo o jornal e procurei me atualizar.
- A foi 5X2 para o flamengo...
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 28/04/2009