O universo de minha casa
Porta,
Chave debaixo do tapete,
Verde,
Como a grama que é pisada na calçada.
Uma fechadura,
Uma entrada,
Na particularidade de um lar,
A poeira sobe,
Passa pela porta,
Cobre o sangue,
Que por de traz da porta se esconde
Temendo a verdade,
Limpando a maldade,
Os lamentos que se foram,
Nas almas levadas,
Pela poeira da calçada,
A um passo da entrada,
Não é mais que uma pegada.
Uma mão procura a iluminação,
Da escuridão a luz, um brilho,
Que se reflete nas paredes,
Pintadas a óleo,
Deste mundo simplório.
Na vastidão da casa,
Apenas pedaços de uma vida,
Estória escrita nos móveis,
Paredes, estantes e quadros,
Que traduzem em parte, uma parte.
Descrita nos cantos,
Na arrumação, nos encantos,
No mais obscuro quadro,
Nos armários,
Na cama,
No drama,
Que fica,
Na mesa da sala,
Como descuido,
Descrevendo um enigma,
Entretanto, digna.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 29/04/2009