Abri a porta lentamente, com o cuidado de não acordar aquela que dorme um sono pesado, mas ela estava esperando, de olhar manso e preocupado, me olhava atentamente como se fosse pela primeira vez, caminhei lentamente até colar o meu corpo ao dela e com a cabeça em seus seios desabei-me a chorar, um choro desesperado, entre soluços e pedido de desculpas, ela levantou a minha cabeça e com os olhos brilhantes sussurrou ao meu ouvido – estamos juntos. Depois de correr por todos os lados da Cidade me encontrei perdido na multidão, com a minha pasta e os meus currículos debaixo do braço encontrei uma cidade agressiva e faminta, não sabia para onde ir, mas para me tranqüilizar fazia-me lembrar, “existe um porto seguro”.
Peguei-a no colo, como estávamos acostumados, quando recém casados realizávamos todos os rituais; a levei até o quarto, a sentei em um sofá e contei-lhe todo o meu dia, ela me olhava e repetia – estamos juntos, a beijei, cheirei e abracei em um abraço de alívio, a convidei para dançar, dançamos até que o nosso mundo se unisse em um conto de fadas preparado para nós dois, onde nada existia além dos bons momentos que vivemos e viveremos, a deitei na cama e apaguei a luz. A olhei na escuridão do nosso quarto, dois corpos cansados, lutando por um sentimento, nos amamos e sonhamos no nosso espaço, deslumbre para o nosso cansaço, onde duas almas se unem e fazem que um simples momento se eternize em suas vidas.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 05/05/2009
Alterado em 05/05/2009