Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Textos
Dormindo com o Inimigo

           

       Era uma sexta-feira, eu caminhava desolado pela cidade, pensando em como encarar a Ângela. Tantos discursos, tantos momentos e agora o tormento.

                                        Cinco anos antes

         - Corre Ângela, vai até a floricultura, está faltando alguns arranjos, ainda há tempo, lembre dos presentes dos convidados, ficará no quarto da Rosa, liga para o seu pai, antes de vir para casa ele deve pegar o terno.

           A igreja estava lotada, as pessoas choravam e olhavam admirados o vestido da noiva, longo e Branco. Ela caminhava como a uma deusa, suspirando e sorrindo como se caminhasse para o mais belo paraíso, de frente ao Padre as juras de amor, no livro os nomes dos padrinhos, casados, jovens e belos, um momento eterno, foi filmado.

                                           Tempo Atual


                No chão do quarto, do chão para o sofá, do sofá para o quintal e do quintal para a rua, momentos meus. Cara fechada, conta vazia, barba sem fazer.
- Ângela aqui é o Rafael – Falava eu comedido ao telefone.
- Liga para o meu advogado – desligou abruptamente.

                Por um motivo, sem motivo, depois de muito falar das andanças dela com amigas, ela então me confrontou, me insultou e eu a ela, dias e mais dias de discussões. Suas amigas a prepararam, Betti que já é divorciada, mandou que ela me provocasse até que eu saísse de casa e configurasse abandono de lar, daí complicaria minha vida na separação, Rosangela, que não é casada, orientou-a a transferir todo o dinheiro para uma nova conta. A chave da porta foi trocada, a família dela não fala mais comigo e agora vou encontrá-la na audiência, na minha maior vergonha.
                     Entre paredes, rostos que mentem e mentem. Entre os dentes a raiva corrente. Tantos e tantos dias na cama imaginando que seria eterno afinal de terno e vestido, noivo e noiva, que já chamava de marido em um instante sem encanto e dores e mais dores. Na cama mais que amantes corpos latejantes, como se um fossem e se foi a amiga, sobrou o inimigo que grita e brilha nestes momentos em que não a reconheço, não casei com esta mulher, dormia com o inimigo.


Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 07/05/2009
Alterado em 10/02/2010
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