Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Textos
                              Essas mulheres

          Acordei, retirei o pijama, coloquei um agasalho de corrida e desci correndo as escadas de minha casa; abri o portão e comecei a minha caminhada matinal. No início tranqüilo e sereno, caminhava pelo canto da rua, observando os carros que passavam, estava entrando no parque para sair do asfalto e caminhar em uma trilha, quando por mim passa uma mulher correndo, só o deslocamento do ar causado pela velocidade de sua corrida quase me jogou no chão, o seu corpo balançava como uma dança louca onde a mulher leva o homem a viajar em fantasias e mais fantasias, com uma roupa que deve ter sido colocada cirurgicamente, comecei a acelerar a minha corrida, tentando aumentar o tempo de apreciação da arte, entretanto a cada minuto ela ia se afastando, até que eu desmoronei e me deixei cair no solo, bufando e suando, fiquei assim por longos minutos, e então ela volta, agora mais acelerada ainda, me deitei no solo e fingi ter um ataque, ela parou e perguntou se eu necessitava de algo, lhe falei que era iniciante em termo de corridas e que agradecia a preocupação mas poderia me virar sozinho, ela graciosamente me estendeu a mão e me deu apoio para levantar, iniciamos uma pequena conversa:
          - Não quero te atrapalhar, continue com a sua corrida.
          - Eu já iria começar a caminhar, te acompanho.
          Não acreditei e comecei a puxar assunto, mas fui interrompido e então ela começou a me guiar em uma conversa que envolveu a organização da sociedade, o conhecimento de seu próprio eu, a força do amor e a importância da busca do conhecimento. Fiquei impressionado, eu tentava, mas não conseguia acompanhar, até que ela percebeu que o meu interesse ia além da farta cultura acumulada e então ela me mostrou as fotos dos filhos e do marido, falou da importância da família para a sociedade pediu que eu fosse, quando pudesse, à faculdade onde lecionava, me indicou alguns livros e me perguntou se gostaria de participar do seu grupo de meditação, coisa de louco, ela transpirava energia, exaltava a sabedoria, cultivava o amor e o compromisso, essas mulheres
          Depois desta experiência eu voltei para casa, no outro dia fui até a faculdade onde ela lecionava, ela não estava, estava no horário de almoço, acompanhada de algumas amigas, estava em uma lanchonete, caminhei até o local para ver se poderia ter mais uma conversa prazerosa. Ela estava em uma mesa acompanhada de várias amigas, elas falavam ligeiramente, gesticulavam e sorriam como se a vida se resumisse a aquele momento, eu fiquei observando e apreciando, aquela mesa emitia uma energia de luz, contagiando todos a sua volta; passaram-se alguns minutos e elas caminharam até a porta de saída, sorrindo e mostrando toda a sua beleza, observei, não me apresentei, poderia estragar a Obra de Arte desenhada naquele momento destas Mulheres.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 28/05/2009
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