Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
SOMOS TODOS POETAS
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos
     O Enigma da Barata

      (...) Rodrigo caminha de um lado para o outro em sua cela, condenado a cumprir 30 anos de solitária, o espaço de sua existência se reduz a porta gradeada e a parede de cimento armado, no canto da cela algo escuro, com inúmeras pernas, apenas uma coisa morta. Rodrigo foi surrado na noite anterior, como punição, pois ele batera em um guarda por ter matado a sua amiga que agora descansa em um canto de sua cela, morta, sem vida, Rodrigo à noite ora em respeito a sua amiga.

      (...) Fábio caminha todos os dias até o seu trabalho, lá ele encontra seu chefe, sempre aborrecido, querendo matar todos os funcionários de tanto trabalhar. Fábio se curva e mergulha para debaixo de um carro e inicia o seu dia, sem perceber está na hora de ir para casa, se despede dos outros funcionários e caminha até sua casa. Em casa Fábio se senta a frente da televisão, coloca um saco de pipoca e o controle remoto ao seu lado; na semana anterior a sua TV queimara, Fábio buscou assistência, mas era noite e o técnico que poderia consertar a TV estava realizando o que para ele era a coisa mais importante no mundo, estava lendo um livro. 

      Fábio pegou no pescoço do Técnico e tentou fazer com que ele compreendesse a importância dos comerciais, novelas e tantos outros assuntos que transformam as vidas, o técnico por sua vez falava dos tantos livros e seus segredos. O que era importante para um não o era para o outro, o problema de Fábio era maior do que o do técnico, o problema do técnico era maior do que a do Fábio. No final o técnico foi até a casa de Fábio com o seu livro debaixo do braço e concertou a TV.

      (...) Márcia descansa em um canto do quarto ao qual fora colocada quando uma cara amiga aparece através do vidro grosso colocado na porta que permite os visitantes a observarem. O marido de Márcia, Claudio, a observava, sua face não negava a sua tristeza, na semana anterior Márcia fora acometida de uma crise, decorrente desta internada as pressas no manicômio local.

     Era uma tarde de domingo e as crianças brincavam na calçada em frente à casa de Márcia, ela, como todos os dias, limpava a sua casa com todo o cuidado, lustrava os móveis, varria o chão. No momento em que Márcia começava a passar pano na sala, uma de suas crianças entrou correndo pela sala com os pés sujos de lama; então Márcia surtou, empurrou o seu filho contra a parede fazendo com que o garoto desmaia-se, vendo o que ela acabara de fazer, caiu para traz e começou a tremer no chão, sua língua se enrolara, Claudio chegou em casa e vendo aquela cena levou Márcia e a Criança para o hospital, chegando lá a criança logo fora liberada, apenas um susto, mas Márcia não, ela foi enviada ao manicômio local.

      Claudio deixa na visita alguns álbuns de família, fotos da casa e após visitar Márcia caminha até uma mercearia local, onde compra uma lanterna, dois livros e um saco de pipoca. Entrou em seu carro a fim de chegar até o seu trabalho, eram vinte e duas horas. Antes de começar em seu trabalho Claudio passa na casa de um certo técnico de TV, o cumprimenta e deixa os livros que comprara, anda um pouco mais e chega a casa de Fábio, que estava ansioso para receber as suas pipocas. Chega ao trabalho, para entrar é revistado, identificado e recebe o cassetete e algemas, começa a caminhar pelos corredores com a sua pequena lanterna, ao chegar à frente da cela de Rodrigo, o chama e entrega à lanterna, Rodrigo corre e senta a frente de sua companheira a ilumina e começa a orar.

      Claudio caminha até uma escrivaninha colocada no final de um corredor longo ladeado por celas onde se mantinha elementos afastados da sociedade, de uma sacola retira um Notebook, o liga e abre um texto. Ele fica duas horas observando a tela sem conseguir escrever uma linha, repetindo uma rotina que adora e não trocaria por nada, observa o título do trabalho nem sequer iniciado, suspira, coça a cabeça e novamente volta a se compenetrar, e então consegue digitar a primeira palavra da redação do Conto “O Enigma da Barata”.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 06/07/2009
Alterado em 10/03/2010
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários