Quem nunca se perdeu em uma paixão
É melhor sofrer de amor
Do que nunca ter amado.
A luz Do Amor
Escrivaninha, uma gaveta um papel. Lápis na mão encontro a inspiração para retratar este instante de aflição. É meu papel esperar que tudo se acerte quando chegar ao objetivo que tanto espero. Cortejar esta menina. Tocar, paquerar, tudo que estes verbos possam me levar a conseguir o meu intento, seu tempo.
No escuro tudo é impuro, ainda mais no momento em que as palavras se fazem imagens. Saltam do papel como fantasmas que se aprofundam na mente, perfazem gente que amam, choram e não demora se juntam às nuvens da memória e vão embora.
Um toque na porta. Toque que me toca importa, Ângela me fascina, domina me leva a imaginar o que poderia ser melhor que está menina.
Vou até a porta, olho pelo olho-mágico. Ângela bate a minha porta. Minha mente divaga, pelos tantos caminhos que minha imaginação vaga.
Minha Sala, de um sofá, preparada para receber quem pode ficar. As paredes de branco gelo, livres para aquecer quem não tem medo. De levar para o tapete, verde, o que possa começar no sofá, azul. No meu quarto porta-retratos, com tudo de bom de imagens que me leva a navegar naquele bem-estar.
Mais um toque na porta, Ângela espera não se importa, com a mente eloquente de quem não mente. Sobre este amor que me leva ao calor dos desejos. Ângela e seu beijo. Eu abro a porta:
- Oi Marcos, é que eu não tenho velas e me avisaram que poderia faltar luz hoje.
- Claro!
Corro para a cozinha, pego todas as velas, fósforos que tenho na casa. Paro e minha mente divaga. Ela está a minha porta, pelo motivo que não fala. Quer-me como amante e se esconde atrás de um pedido tolo. Levo tudo para a porta:
- Tudo isto Marcos, e você!
- Não se preocupe eu tenho muito mais, ainda mais se é para você.
Ângela volta para o seu apartamento. Eu entro em casa em tormento. Pego a caneta e papel, ilumino a casa e me debruço na escrivaninha para escrever a primeira linha, sabendo que já era meu, o abraço dela:
“Ângela seus olhos... – A luz acaba!”.