Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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                                                                         Rimar Pra Que


     Você já deve ter observado que muitos poemas apresentam sons semelhantes ou mesmo idênticos no final de seus versos. É muito provável que você também saiba que esse jogo sonoro constitui a rima.
     Por convenção didática, quando analisamos um poema indicamos as rimas por letras maiúsculas. Observe o esquema de rimas utilizado por Vinicius de Moraes em seu famoso “Soneto da Fidelidade”:
 

De tudo, ao meu amor serei atento  –A
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto –B
Que mesmo em face do maior encanto -B
Dele se encante mais meu pensamento  –A
 
Quero vivê-lo em cada vão momento –A
E em seu louvor hei de espalhar meu canto –B
E rir meu riso e derramar meu pranto – B
Ao seu pesar ou seu comportamento. –A
 
E assim, quando mais tarde me procure -C
Quem sabe a morte, angustia de quem vive -D
Quem sabe a solidão, fim de quem ama. –C
 
Eu possa me dizer do amor (que tive) -D
Que não seja imortal, posto que é chama -C
Mas que seja infinito enquanto dure -C


     Em alguns períodos da história, a rima desempenhava um papel fundamental no fazer poético.
     Os poetas modernistas do século XX repudiaram essa importância exagerada que se atribuía a rima. Observe como Carlos Drummond de Andrade trata o assunto nos versos de “Consideração do poema”:
 
Não rimarei a palavra sono
Com a incorrespondente palavra outono.
Rimarei com a palavra carne
Ou qualquer outra, que todas me convêm
As palavras não nascem amarradas,
Elas saltam, se beijam, se dissolvem,
No céu livre por vezes um desenho,
São puras, largas, autênticas, indevassáveis.
 
Texto utilizado em aulas de Portugues. Autoria desconhecida.


A Rima deve ser entendida como um recurso para se obter o ritmo poético, a critério do autor.

Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 03/02/2011
Alterado em 22/05/2012
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