Antonio C Almeida
SOMOS TODOS POETAS
Textos
Poupe-me no Final
Depois de zerar a conta
Depois de ficar com um dos carros
Depois de levar o apartamento
Depois de ficar com os meus livros
Depois de me levar para o hospício
Depois de ficar com os amigos
Depois de ficar com meus discos
Depois de queimar a minha roupa
Depois de me levar a morar num cortiço.
Quer meu juízo!
Meu pequeno espaço que durmo no banco do meu carro
Meu cobertor de borracha do piso
Meu distante sorriso
Para com isso.
Naquela noite que se entregou para mim dizendo que me amava
Saiu na madrugada com minha carteira forrada
Sem dinheiro para o motel acreditei que você fora comprar o pão
Mas havia alguém te esperando de arma na mão
Ainda bem que dormi
Acreditando
Que estava voltando
Daí não morri.
Depois de matar o meu cachorro
Depois de xingar o meu chefe
Depois de furar minhas cuecas
Depois de tantos telefonemas anônimos
Depois de me mandar para lá e para cá
Depois de insultar a minha família
Depois de quase matar-me de vergonha
Depois de jogar-me num precipício
Para com isso.
Se volta é para levar algo que esqueceu de tirar!
Me deixa alguma coisa,
Que seja a possibilidade de entregar a outra,
Algo que você não quer levar,
Meu amor.
Depois de zerar a conta
Depois de ficar com um dos carros
Depois de levar o apartamento
Depois de ficar com os meus livros
Depois de me levar para o hospício
Depois de ficar com os amigos
Depois de ficar com meus discos
Depois de queimar a minha roupa
Depois de me levar a morar num cortiço.
Quer meu juízo!
Meu pequeno espaço que durmo no banco do meu carro
Meu cobertor de borracha do piso
Meu distante sorriso
Para com isso.
Naquela noite que se entregou para mim dizendo que me amava
Saiu na madrugada com minha carteira forrada
Sem dinheiro para o motel acreditei que você fora comprar o pão
Mas havia alguém te esperando de arma na mão
Ainda bem que dormi
Acreditando
Que estava voltando
Daí não morri.
Depois de matar o meu cachorro
Depois de xingar o meu chefe
Depois de furar minhas cuecas
Depois de tantos telefonemas anônimos
Depois de me mandar para lá e para cá
Depois de insultar a minha família
Depois de quase matar-me de vergonha
Depois de jogar-me num precipício
Para com isso.
Se volta é para levar algo que esqueceu de tirar!
Me deixa alguma coisa,
Que seja a possibilidade de entregar a outra,
Algo que você não quer levar,
Meu amor.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 08/11/2011
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