DOIS DIAS PASSADOS
- Toma esta porcaria de roupa e vai embora!
- Calma Raquel. Eu posso te explicar!
- Não tem nada a explicar!
MOMENTO ATUAL
Rogério se levanta com o corpo dolorido. Observa o pequeno quarto de hotel onde se encontrava. Ele pega o telefone e liga para a portaria. Pede um café e o informam que naquele local não servia desjejum. Observa sobre a cadeira um terno amarrotado, o coloca e segue para o trabalho. Chegando no trabalho, todos o observam assustados. Ele chega de barba por fazer e olhos cansados.
EM OUTRO PONTO DA CIDADE
Raquel se levanta, observa a sua cama, algo faltava. Segue para o banheiro e se banha enquanto recapitula os últimos dias:
“Era fim de uma manhã de muito trabalho. Ela dirigia seguindo o caminho para o almoço quando o seu telefone celular toca. Do outro lado falava Ângela, funcionária do escritório onde Rogério trabalhava. Ela não se estendeu muito no dialogo, apenas informou a Raquel sobre o local onde poderia encontrar Rogério, um restaurante no centro da cidade.
Chegando ao restaurante Raquel observou todo espaço. No final do restaurante se encontrava Rogério acompanhado de sua chefa, Mônica. Mônica segurava a mão de Rogério nitidamente se insinuando. Raquel se aproximou da mesa onde eles se encontravam e apenas parou, balançou a cabeça e se retirou. Rogério correu em direção de Raquel, a segura pelos braços e a encarou. O olhar de Rogério o incriminou e Raquel seguiu o seu caminho.”
NO DEPARTAMENTO ONDE ROGÉRIO TRABALHA
Rogério foi para a sua sala, não demorou muito e Mônica chegou, fechou a porta da sala. Ela conversou com Rogério tentando acalma-lo, ao mesmo tempo em que gesticulava e circulava pela sala jogando todo o seu charme. Rogério procurou se esquivar, caminhou para um canto da sala, mas Mônica o seguiu. Abruptamente a porta se abre e Ângela, secretária de Rogério, aparece com alguns documentos na mão. Mônica sai da sala deixando Rogério continuar com o seu trabalho.
Ângela sai da sala de Rogério e realiza uma ligação em seu celular. Ela procura discrição e não demorar, mas Rogério a observa e acaba escutando um pouco do diálogo e a surpreende:
- Então é você que esta envenenando a Raquel – Ângela se assusta, tenta se explicar, mas acaba se entregando.
- Você vai ter que resolver este assunto, ou vou arrumar a sua demissão! - Falou Rogério ao ouvido de Ângela.
Ângela passa um tempo conversando com Rogério e ambos chegam a um plano que teria tudo para dar certo. Após a conversa Ângela liga para Raquel, sua grande amiga. De imediato Raquel concorda considerando que o plano significava humilhar de vez Rogério.
No outro dia Rogério se levanta para ir ao trabalho. Coloca um terno amassado e parte para o trabalho. Chegando no trabalho ele vai para sua sala e como de rotina Mônica entra em sua sala. Rogério não conversa muito e a convida para um almoço, Mônica se surpreende e aceita.
Por volta das uma hora da tarde Rogério chega ao restaurante acompanhado de Mônica. Ele ocupa com Mônica uma mesa e Rogério inicia um diálogo:
- Mônica eu sei que você é minha chefa, mas eu sou casado.
- Que isto Rogério você acha que eu iria estragar a nossa amizade com um romance, eu respeito e muito o seu casamento. - Rogério se assusta.
- Mas você fica entrando em minha sala e se insinuando.
- Você me compreendeu mal.
Atrás de Rogério, em outra mesa uma pessoa se levanta e começa a falar, era Raquel: - Seu safado eu sabia que você estava paquerando a sua chefa!
- Mas Raquel, não é nada do que você esta imaginando. - Raquel caminha para fora do restaurante. Atrás dela Rogério. Mônica se levanta da mesa e sente uma mão tocar-lhe o ombro:
- Calma Mônica, tudo será resolvido. – Falava mansamente Ângela.
- Mas eu perdi o Rogério.
- Mas não perdeu um funcionário! – explicava Ângela.
Raquel pegou um taxi, o taxi se afastava enquanto ela observava através do espelho retrovisor do veiculo Rogério caminhando desorientado pela rua. O terlefone de Rogério toca:
- Alô.
- Rogério o que aconteceu? Você falou que a Mônica estava te paquerando? - falava Ângela.
- E estava eu não sei o que aconteceu?
- Não se preocupa, vou resolver tudo, mas às nove horas da noite quero que você vá para casa e cante em frente à janela a música que a Raquel mais gosta.
- Como?
- Não reclame e cante, vou falar com a minha amiga.
Nove horas da noite Rogério se encontrava na frente de sua casa. Chovia forte e Rogério ensopado começou a cantar a música preferida de Raquel: “Quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja eu sou o sol...”.
Os vizinhos começaram a abrir as suas janelas. Ouviam, viam Rogério e riam da sena. Raquel abriu a janela. Acenou e mandou Rogério entrar.
Rogério entrou em casa. Raquel mandou que antes de tudo tomasse um banho. Rogério se banhou e colocou um belo roupão. Correu para a sala, lá estava Raquel o esperando. Do lado de fora da casa, uma chuva tomava a noite:
- Raquel eu te amo, eu nunca poderia querer te trair.
- Sei disso amor.
Rogério se aproximou lentamente de Raquel. Colocou a sua mão no ombro de sua amada. Raquel apontou para o sofá. Rogério se fez de desentendido:
- O que foi Quel.
- Quando a chuva passar!
Rogério então se deitou no sofá e se deu por satisfeito. Raquel foi para o quarto. Duas horas da manhã Raquel percebeu uma pessoa ao seu lado da cama:
- O que você faz aqui! – Rogério se levantou da cama e abriu a janela do quarto:
- A chuva passou!
- Não era desta chuva que eu estava falando!
- Sei disso, mas é esta chuva que eu tinha a certeza que poderia passar.
- Mas cadê o sol?
Fim
OBS:
Ângela acumulou duas funções no trabalho, secretária de Monica e Rogério. Com isso dobrou o salário.
Uma das condições de Raquel para voltar para Rogério era a sua humilhação. Ângela cuidou de tudo e toda a segunda-feira almoça com Raquel.
Ângela agora esta cuidando de arrumar um namorado para Mônica.
E quando amanheceu o sol chegou para Rogério...
Fim
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 31/01/2012
Alterado em 22/06/2015