Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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Uma Noite Apenas e Amor
 
         A estrada vazia, noite, chuva torrencial e açoites de raios que rasgam a madrugada em clarões. O vidro começa a embaçar em meu carro velho. Observo os cartazes. Acostumado com estas estradas, eu tenho o conhecimento de uma estalagem próxima. Sigo o meu caminho para uma conferência de vendedores de artigos para o lar. Tenho a minha própria representação. Minha mulher sempre me advertira que separaria se eu não me separasse de meu trabalho, bem, eu continuo com o trabalho. Como esperava percebo o pequeno hotel de estrada, estaciono, eu entro a fim de ocupar um quarto. Entro com tranquilidade, pois, conhecia o local e a sua forma de trabalhar, não admitia a rotatividade romântica, não era um Motel.
          Passava das oito horas, mas o restaurante ainda estava aberto. Em seu self-service peguei um pote e o enchi com caldo de galinha. Em um pires coloquei algumas frutas e me sentei. Não podia me dar ao luxo de comer abundantemente, em minha idade o melhor para a noite era uma comida leve e suculenta. Olhei a minha volta, do lado de fora, olhando através da janela, pude perceber uma pessoa suspeita olhando o meu carro, não me preocupei, pois eu tinha um sistema de alarme que, caso fosse a intenção dele, não deixaria ninguém rouba-lo. Mas o indivíduo abriu a porta, rapidamente me levantei, saí abruptamente do estabelecimento e corri em direção ao meu carro gritando. O sujeito se assustou e correu para dentro da noite. Um garçom me seguiu, provavelmente para garantir que eu não fugira da conta. Quando observei o carro ele me pareceu diferente, uma mulher começou a se aproximar e me informou que o carro pertencia a ela. O carro, totalmente parecido com o meu, mas com detalhes que deixavam claros que pertenciam a uma mulher.
         Retornamos ao estabelecimento. Comecei a comer o meu jantar. Terminei, paguei a conta e fui para o meu quarto, quando chegava à frente da porta, do outro lado do corredor estava à mulher do carro que estava sendo roubado, sorrimos um para o outro e resolvemos descer para o saguão para conversarmos. Ela estava ali linda e radiante. Me falou que se chamava Márcia e que trabalhava naquela cidade no ramo de construções. Me informou que o seu marido estava fora da cidade e por distração levara a chave de casa, então ela estava dormindo no Hotel. Eu falei que me chamava Filipe e que estava viajando em encontro a minha esposa que já estava na casa de meus pais a fim de comemorarmos o aniversário de bodas de Diamante. Ela suspirou e me falou do quão belo ver um casal em 60 anos de companhia. Nós subimos, eu fui até o quarto dela e continuamos a beber, então eu adormeci.
            Pela manhã eu acordei e percebi que estava em meu quarto, sem roupa, deitado em minha cama. Olhei para todos os lados e não encontrei Márcia. Revirei as minhas coisas para verificar se nada havia sumido. Não havia sido um roubo. Me concentrei em minha viagem, paguei a conta e continuei em meu caminho.
      Cheguei na conferência, começaram os debates e palestras. Procurei ir até a palestra da gerente responsável pela área em que atuava. Pude ver uma bela mulher delineando os objetivos da empresa a serem atingidas. Foram duas horas de palestra e no final consegui me aproximar para apertar a sua mão. Quando olhei para aquela linda mulher ela enrubesceu. Ela continuou apertando as mãos de todos os participantes, mas fiquei curioso e me aproximei novamente então ela me dirigiu a palavra:
              - Filipe! – Naquele momento eu percebi que a minha frente se encontrava a pessoa que encontrara no hotel:
             - Márcia, você está tão bela que nem a reconheci!
             - Filipe, o meu nome é Raquel, não poderia revelar o meu nome em um encontro casual. – Comecei a rir e Raquel me acompanhou com um belo sorriso.
                - Raquel meu nome é Rogério.
               Seguimos conversando e naquele momento falando a verdade. Três anos se passaram e tivemos dois filhos. Ela não implica com o meu trabalho, trabalha comigo. No verão viajamos e sempre procuramos nos hospedar no hotel de nosso encontro. Sempre levando nossos filhos:

                  Márcia e Filipe
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 22/04/2012
Alterado em 22/04/2012
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