José Dirceu e a Sociedade
Na edição 2325 – ano 46 – número 24 de 12 de junho de 2013, revista Veja, pagina 62, o jornalista Otávio Cabral apresenta como editorial uma sinopse de seu livro DIRCEU – A Biografia (Record: 364 páginas: 39,90 reais).
José Dirceu nasceu em 1946. Poderá ser preso e independente de sua prisão pode-se considerar uma pessoa bem sucedida dentro de sua percepção de vida. Presidente da UNE, sequestrador, assaltante de banco, torturador, participação em assassinato de militar, envolvido com o MR-8 e a ALN, deputado estadual, deputado federal, ministro da casa civil, empresário, milionário e presidiário. (Fonte citada em início do texto).
Na peça de William Shakespeare, Henrique quinto, o autor nos mostra um homem que fora criado longe da corte, uma vez que não era descendente de um pretendente à coroa. Após seu pai se revoltar com seu primo e subir ao trono sua vida mudou e começou a administrar Gales aos 16 anos e foi para o combate liderando os ingleses na batalha de Shrewsbury e após dez anos foi coroado Rei da Inglaterra. O que marca nestas passagens é a mudança de hábito, amizades e personalidade. Em um momento, ao ser perguntado sobre a sua atitude quando Rei sobre as orgias e matanças proporcionadas por ele e seus amigos ele simplesmente responde: Serei Rei!
“Nós, estes poucos; nós, um punhado de sortudos; nós, um bando de irmãos... pois quem hoje derrama o seu sangue junto comigo passa a ser meu irmão. Pode ser homem de condição humilde; o dia de hoje fará dele um nobre”. Discurso de Henrique V em meio à guerra dos 100 anos e no decorrer da batalha enforcou vários de seus homens por vandalismo e depredação ao patrimônio do inimigo.
Um grande problema do ser humano é acreditar que seus pares são regidos pelas mesmas leis que seguem. Valores são gerados no decorrer da vida, personalidades são formadas de forma diferente e objetivos podem gerar posturas que ao ponto de vista de simples mortais podem ser consideradas inadmissíveis, mas não são, pois vivemos em um mundo de várias esferas, e todo brasileiro deve saber que para quem vive no submundo reflete a sua ordem, quem vive no mundo é submisso a sua ordem e quem vive no sobremundo se infiltra em todos os outros e os desafiam com a intenção de sobrepor todas as ordens. Podem parecer metáforas más não a são.
Quando falo em sobrepor a ordem saibam que a ordem foi gerada para o controle das massas, entretanto ela atrapalha ao próprio individuo que as criou então ele tenta gerar artifícios para poder sobrepor a sua própria ordem criada. Pode ser confuso, mas em algumas famílias uma frase pode servir como exemplo: - “Faça o que mando, mas não faça o que faço”.
Então voltamos para o início do texto com outro ponto de vista. José Dirceu não é um criminoso e muito menos um derrotado. Dentro de seu plano de vida, sua percepção de moral, valores adquiridos nós todos somos ridiculamente ignorantes ao ponto de não saber que somos a mão que alimenta o mal e o mal vive de seus instintos, pretensões, ideais dentro de um plano que pode não ser o nosso. Ficamos horrorizados com algumas pessoas que matam, assaltam, entram na cadeia e logo após poucos dias de libertados cometem os mesmos crimes e retornam para a cela rindo. Acredite, este é outro nível da vida e estas pessoas estão devidamente acomodadas e tem um melhor conhecimento do sobremundo do que nós que amamos a ordem. Tzu-fan: "Exaustos. Trocam as crianças, comem-nas e partem-lhes os ossos para os chuparem".
O terreno é perigoso, as pessoas que o domina são poderosas e vivemos hoje em um grande temor. Mas devemos nos expressar e tomar uma posição adequada sobre o assunto. Devemos votar com visão de futuro, percebendo a história de nossos prováveis governantes e seguir os seus valores, ideias e falar mais sobre Contrato Social, Estado, Democracia deliberativa que é um regime onde se pretende que existam efetivos mecanismos de controle exercidos pela sociedade civil sobre a administração pública, não se reduzindo o papel democrático apenas ao voto, mas também estendendo a democracia para a esfera social.
A democracia participativa é considerada um modelo ou ideal de justificação do exercício do poder político pautado no debate público entre cidadãos livres e em condições iguais de participação. Advoga que a legitimidade das decisões políticas advém de processos de discussão que, orientados pelos princípios da inclusão, do pluralismo, da igualdade participativa, da autonomia e da justiça social, conferem um reordenamento na lógica de poder político tradicional. Devemos viver a política.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 20/06/2013