Em cada um de nós, duas naturezas estão em guerra.
Roberto Louis Stevenson
Autor do Livro O Médico e o Mostro
Quem não luta pelo seu espaço com todas as forças que conseguir reunir está fora do contexto, pois qualquer posição que uma pessoa ocupa dentro da sociedade poderia ser de outra pessoa. Por natureza estamos sempre competindo. Algumas pessoas mais intensamente que outras. E esta competição nos leva as mais covardes ações para atingir nossos objetivos.
Um dos motivos de uma competição em fúria é a inveja, outras são extintivas, ainda mais quando a disputa se trada de um (a) companheiro (a), algumas pessoas não medem esforços e até matam por sexo.
Alguns filósofos falam que em todas as buscas do homem o principal é o sexo. Seja ele como um instrumento de aumento da autoestima (quando um homem ou uma mulher encontram um companheiro para mostrar para os amigos, causar inveja para quem vê. A mulher que mostra o quanto é poderosa conseguindo uma pessoa que tenha dinheiro suficiente para mantê-la e ainda a levar a viagens ao ponto que cause inveja, quase levando ao suicídio, outras mulheres), ou a necessidade fisiológica que sem dúvida se encontra na maioria dos homens e nas mulheres ninfomaníacas (Apetite sexual excessivo, ou ainda Desejo Sexual Hiperativo (DSH) que é um transtorno sexual caracterizado por um nível elevado de desejo e atividade sexual a ponto de causar prejuízos na vida da pessoal.). Outras pessoas utilizam o sexo como arma em apoio à competição por uma posição melhor no contexto social.
Outro motivo para a competição dentro da sociedade se trata de tentar um lugar melhor entre as classes. Este lugar melhor está diretamente relacionado ao status em que se encontra no seu grupo social (amigos, parentes, inimigos). Uma pessoa pode viver o melhor de uma vida em uma comunidade carente quando se vê acima ou no mesmo nível de todas as pessoas que conhece; e fica mais confortável ainda se neste contexto causar inveja. Não importa ter em posse os melhores equipamentos em tecnologia, uma casa grande e bem mobilhada, filhos em boas escolas, o importante mesmo é que seu circulo social não os tenham.
Por diversos motivos, alguns muito mesquinho, o homem tem que competir e por motivos vitais o homem deve competir. Lembrando que para toda a regra existem as exceções.
Consideramos a necessidade de competir quando observamos que no Brasil são 190.755.799 pessoas em uma extensão territorial de 8.514.876 Km². O índice de desemprego no Brasil no início do ano (2014) foi de 9,5% da população economicamente ativa, o que corresponde, aproximadamente, 19.075.579 milhões de desempregados. O Brasil gerou 28.9 mil novos postos de trabalho com carteira assinada em janeiro (2014) e perdeu de 67.458 postos de trabalho no mesmo mês.
A população brasileira chegou a 173.966.052 habitantes, em 2003, segundo a apuração do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2003). Desse total, 33.853.095 pessoas estavam na faixa etária entre 15 e 24 anos, ou seja, 21,5% da população. Considerando uma pequena margem de erro podemos perceber que para 2014, estes números de brasileiros estarão tentando entrar no mercado de trabalho. Cabe o conhecimento de que novos postos de trabalho surgem também com a aposentadoria (o benefício da aposentadoria por idade é concedido ao segurado urbano, quando completar 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos se mulher e ao rural em outras características.).
Os números são oscilantes, mas fica claro que o governo, nos últimos anos, vem tornando o acesso ao primeiro-emprego uma luta quase impossível, ainda mais que vários empregos, na área privada, são empregos de cartas marcadas (Em vários estabelecimentos a rotatividade de empregados é estabelecida pela quantidade de parentes, não se emprega gente fora deste círculo), na área pública o governo mantém mais de 26. 600 funcionários em cargos de confiança (sem concurso em sua maioria amigos dos amigos) e que os números são determinantes, pois a mulher opera neste sistema em igualdade com homem na busca de emprego em todos os seguimentos, diferente do meado do século passado, quando quase cem por cento dos empregos eram disputados apenas por homens e em consequência tornando o homem provedor por situação e juridicamente (Em vários textos jurídicos aparece o termo varão (Homem, valoroso), na bíblia o termo se repete inúmeras vezes) – A disputa pela ocupação de espaço dentro da sociedade entre homens e Mulheres é um caso para outra discussão.
Quem realmente vai a luta para se assentar deve esquecer todos os outros motivos para se lutar e se concentrar em um único objetivo, se estabelecer. Mas em acordo com a situação atual de geração de empregos alguém vai ter que contar com:
Programa Bolsa Família (PBF) prevê a transferência direta de renda para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, desde que satisfeitas às condições estabelecidas;
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) prevê a transferência de recursos financeiros para garantir, de forma suplementar, a alimentação escolar dos alunos da educação infantil (creches e pré-escola) e do ensino fundamental, inclusive das escolas indígenas, matriculados em escolas públicas e filantrópicas;
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) estabelece a concessão de Bolsa a crianças e adolescentes em situação de trabalho e Ações socioeducativas para crianças e adolescentes em situação de trabalho;
Bolsa Escola ou ainda bolsa-escola é um programa de transferência de renda com condicionalidades objetivo era pagar uma bolsa às famílias de jovens e crianças de baixa renda como estímulo para que essas frequentassem a escola regularmente. Entre outros programas que se não existissem estaríamos mergulhados em um caos pior que vivemos hoje e todos podem entender que quanto mais programas existem, mais o País é desequilibrado socialmente – Bom saber que países como a Suécia, Áustria, Austrália e EUA entre outros, mantém o seu assistencialismo dentro de suas necessidades e pelo mesmo motivo que o nosso: Evitar a desordem social.
O que João Marcel Araujo de Souza em seu artigo - VIOLÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA fala:
"Na sociedade brasileira é visível à desigualdade social e econômica, que é bastante acentuada pela televisão. A televisão é a responsável pela enorme indução de desejos nas pessoas, proporcionando-as diversos sonhos de consumo, por exemplo, vestuários, veículos, utensílios, etc. Sendo que, muitas destas coisas encontram-se fora do alcance de uma grande parcela da população brasileira.
Fundamentadas em pesquisas Cárdia e Schiffer afirmam “que a desigualdade no acesso a direitos alimenta a violência”. Geralmente as comunidades mais afetadas pela violência têm em comum a “superposição de carências”.
A ilegalidade no Brasil, não para de ser potencializada através do desemprego e pela ausência de renda.
O crime organizado utiliza-se dos excluídos para manter e ampliar suas ações ilegais, ocupando o lugar do Estado nas favelas, criando seus exércitos e suas leis que protegem o tráfico. Como vem corroborar Soares no Seminário Nacional Sobre Violência Urbana e Segurança Pública ao afirmar que:
(...)o tráfico opera no recrutamento de jovens, jovens excluídos, jovens pobres, sobretudo do sexo masculino. Trata-se de rapazes sem perspectivas de integração ao mercado de trabalho, sem esperança (...). Quando o tráfico oferece ao menino uma arma, dá a ele não apenas um instrumento de operação econômica, mas um instrumento de constituição subjetiva de afirmação de si mesmo, de recuperação da sua visibilidade, de imposição de sua presença social. Esse menino pobre das metrópoles brasileiras, em geral negro, que não encontrou acolhimento na estrutura familiar(...)não foi acolhido pela escola ou pela comunidade. A sociedade passa por ele como se fosse transparente(...) No entanto, quando porta uma arma, esse não-ser adquire presença, torna-se capaz de paralisar o seu interlocutor pelo medo, de fazer com que o transeunte pare na frente dele, reconhecendo-o, afinal de contas, como um sujeito.(...) A sua vida será breve, terminará aos 24, 25 anos, mas, enquanto viver, não será mais invisível. (...) Se o Poder Público dispuser-se, portanto, a enfrentar o problema da cooptação dos jovens pelo tráfico, terá de oferecer-lhes ícones de auto-estima pelo menos equivalentes à satisfação pela posse de uma arma. Este é o desafio.
A sociedade brasileira está dividida em massas miseráveis e em oligarquias riquíssimas, e com o incentivo da televisão, sobre este fato, é presente um número enorme de frustrações entre as pessoas.
O Brasil recebe o título de uma das sociedades mais desiguais do mundo, pela razão de se encontrar um índice extremo de miséria e riqueza. Isso pode ocasionar e gerar muitos roubos. Como vem corroborar Chesnais (2006): A sociedade brasileira é uma das mais desiguais, uma das mais estratificadas que existem. Aqui se encontra a mais extrema pobreza ao lado da mais fabulosa riqueza. Continua sendo o país dos privilégios, pois a recessão econômica diminuiu a mobilidade social. O excesso de riqueza ostentada é vivido por muitos como uma provocação, daí a tentação do roubo e do dinheiro fácil. "
Com todas as pressões sofridas, causadas pela sociedade em vários momentos, não controlamos as nossas respostas imediatas, partimos para a agressão, caso visto no comportamento do motorista em transito. A vontade incessante de ter algo que todos falam que é o melhor - mesmo não sendo – leva o homem a uma busca frenética pelo fútil, desnecessário, claramente induzido pela mídia e em consequência utilizam-se das armas que estão dentro de suas possibilidades para atingir seu objetivo: Dinheiro, trabalho, suor e muito esforço, furto, assalto, assassinato, sequestro...
(Por: Antonio C Almeida)26 E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.