DO PASSADO SEMPRE PRESENTE
Um tanto de poeira cobria a mesa
Que depois de limpa revelou um desenho
Rudemente gravado com a ponta de uma pedra
Que em um tempo distante
Entrara guardada em uma mão pequena
Que em pés enlameados
Sorriso largo
Pequenino deixava tudo marcado
Com o ar de sua graça.
No tempo da aprendizagem
Deixou o desenho na mesa que um dia
Olhos em saudade encontraria o que surgia
Da beleza da idade que longe se ia.
Num canto do quintal
Árvore esgueira fruto da bananeira
Que uma mão no broto tocou
Para uma vida compor
Abrir em seu próprio terreno
Seu pleno
Despertar.
Num tempo de tempos idos
Tudo fica unido
Do Presente que impõe o passado
Com tudo que não ficou de lado
No livro da história de uma vida.
Em todos os tempos voltamos no tempo
Deixando todos os planos para olhar para traz
E perceber como satisfaz
Rever em todos os passos que se dá para frente
Os traços dos passos que ficaram para traz...
Antonio C Almeida