Em 23 de abril de 1616 morreu o poeta, dramaturgo e ator inglês William Shakespeare, que neste mês é lembrado pelos 400 anos de sua morte. Uma frase marcante, para mim, e que me inspira diariamente para avaliação das pessoas é : "A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial". Este pensamento que me chega do século 17 me faz crer que as coisas materiais mudam, o conhecimento muda, mas a natureza dos humanos não. Então aquela pessoa desconfiada, mentirosa, que não se consegue leitura tem algo a esconder que se revela em sua própria atitude de desconfiança. Verdade que é bom saber com antecedência a quem se vai conhecer, mas desconfiar de cada palavra é algo que se tem que desconfiar, pois ai pode se revelar a preocupação com suas próprias atitudes refletidas em outras pessoas.
"Nós, estes poucos; nós, um punhado de sortudos; nós, um bando de irmãos... pois quem hoje derrama o seu sangue junto comigo passa a ser meu irmão. Pode ser homem de condição humilde; o dia de hoje fará dele um nobre."
Este é um discurso de Henrique V, que é uma das mais famosas peças históricas de William Shakespeare (1564-1616). Posso estar me confundindo, pois William Shakespeare escreveu várias peças inclusive Henrique IV, mas a mais conhecida é a Henrique V, então um célebre momento, quando seu Pai acamado devido a Sífilis morria, Henrique foi perguntado pelos amigos em um momento de suas bebedeiras com pessoas pobres do povo: Perguntam: - O que fará quando fores Rei ... E ele respondeu: - Serei Rei, ou mais ou menos assim, pois gosto muito desta peça, Henrique V, mas em filme. O interessante que no decorrer da batalha Henrique V proibira a pilhagem nas propriedades dos vencidos e aquele mesmo amigo que o perguntara o que faria se Rei, pilhou e aos olhos do Rei foi enforcado, então foi Rei.
SONETO 10
Envergonha-te de negar que não ames,
Tu que és tão imprudente;
Aceita, se quiseres, ser amada por tantos,
Mas é certo que não ames ninguém;
Pois tens um ódio tão mortal,
Que apenas contra ti mesma não conspiras,
Buscando arruinar este nobre teto,
Que tanto desejas consertar:
Ah, muda teu pensamento que mudarei o meu!
Deve o ódio ter mais reservas do que o amor?
Sê como tua presença, gentil e graciosa;
Ou a ti, ao menos, te proves amável,
Sê outra pelo amor que tens por mim,
Para que a beleza continue a viver em ti.
William Shakespeare