Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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A SOCIEDADE CONTRA A SOCIEDADE
MEU INIMIGO SOU EU
 
     A jornalista Claudia Cruz, mulher do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara, afirmou à força-tarefa da Operação Lava Jato que recebeu uma indenização de R$ 5 milhões da Justiça do Trabalho.
     Apesar de não deixar clara a origem do dinheiro, sabe-se que a mulher de Cunha trabalhou como apresentadora na TV Globo entre 1989 e 2001. O contrato dela era de prestação de serviços (terceirizada). Em 2008, ela ganhou uma ação trabalhista em que a emissora era ré.
     Claudia deixou a Globo após uma faringite. Foi esse motivo que a jornalista usou para processar a empresa, alegando doença ocupacional. Ela exigiu no processo, além dos direitos trabalhistas, reparação por danos morais e indenização por uma cirurgia. (Rádio Cuiabá)
     Imaginar, contextualizar, gerar dúvidas é de direito de qualquer cidadão. Gerar a figura do réu, eleger júri, julgar e condenar não são de nossa competência, mas da forma que os elos vão se ligando ficamos curiosos até onde tudo pode chegar.
     O salário de um deputado federal é de R$ 33.763,00. Alguns Deputados gastam até R$ 1. 000.000,00 para se eleger. Se multiplicarmos salário x tempo de mandato parlamentar teremos: R$ 1.620.624,00. Se aplicarmos juros de quatro anos pela inflação medida anualmente no valor de 1.000.000,00, valor de investimento na eleição do Deputado Federal, temos R$ 1.450.000,00. Como é um valor cheio pode se considerar que em aplicações mais vantajosas como título do tesouro, pré-fixado temos em média após quatro anos um valor de R$ 1.700.000,00. Não adianta a conta não bate, não existe lucro neste investimento. Tem muito mais neste jogo.
     Sabemos que estes valores aplicados em uma eleição, em sua maioria, são doados por corporações e que elas não fazem por simples benevolência. Isto acontece no mundo todo, até nos EUA. Lá cidadãos colaboram com seus candidatos no interesse de ver suas ideias, causas aplicadas no tempo de mandato de seu parlamentar, não é segredo, não é vitimado com punição aos que falam algo sobre o assunto, não é tabu, é apenas negócio que na verdade gera o tamanho interesse na condição de político. Aqui no Brasil é negociação escusa, pois é quando os resultados podem suscitar a morte dos que acreditam ser representados.
     Chegamos ao ponto em que desconfiamos até daqueles que nos informam e nos vemos a sustentar nossa sede da verdade na internet, nas páginas de desconhecidos, publicados por membros de nossas relações de compartilhamento.
     Eis que então aparece um projeto para modificar o Marco Civil da Internet e que está em próximo de ser aprovado que acrescenta:
a)  Permite requerer judicialmente, a qualquer momento, a indisponibilização  (leia-se remoção ( de conteúdo que associe o seu nome ou imagem a crime de que tenha sido absolvido, com trânsito em julgado, ou a fato calunioso, difamatório ou injurioso;
b) Identificação obrigatória;
c) Crimes contra a honra: A proposta também altera o Código Penal para duplicar a pena para crimes contra honra cometidos na internet caso a infração provoque a morte de alguém. O relatório anterior de Juscelino Filho duplicava a sanção pelo simples fato de o crime ser praticado por meio da web, mas o texto foi alterado. O deputado lembrou que a legislação em vigor já pune com um 1/3 a mais de detenção quem comete esses delitos “por meio que facilite sua divulgação”, no qual se enquadraria a internet.
     E muito mais que são, em primeira vista, observações necessárias, mas são vistas como um mecanismo para proteger políticos.
     
Mais um fato deixa muitos perplexos. Organizado pela Câmara de Combate à Corrupção do MPF, foi reunida mais de 2.028.263 assinaturas de cidadãos de todo o Brasil em apoio à Campanha 10 Medidas contra a Corrupção, que está sendo ignorada pela Camará de Deputados.

     Considerando gravações que falam sobre acabar com a lava jato, ficamos a nos perguntar se realmente o brasileiro sabe votar, pois os acontecimentos nos levam a compreender que atualmente vivemos em uma guerra contra nossa própria opinião. A Sociedade contra a Sociedade.
 
 Por: Antonio C Almeida

 
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 12/06/2016
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