Quando vento sopra porta
Abre e entram memórias que sempre voltam
O tapete de entrada levanta
Deixando poeira antiga na varanda
Deixando seca o céu da boca
Deixando voz rouca.
Das histórias que ficam
Do amor que não se explica
Tudo é paisagem
Imagens de uma passagem
Miragem.
Do desejado calor no inverno
Da sombra no verão
Tudo é o inverso quando o inverso for
O que compõe o verso.
Então num terno desanuvio
Fica apenas o que segue ao pé do ouvido
Da doce suave canção
Dum amor que se dava a mão.
Que sempre volta nas segundas
Terças que se serve mesa
Das quartas que chega com a beleza
Das quintas, sextas, sábados, domingos nesta certeza.
Seja assim
Quando se chega ao fim
Sempre voltando ao início
Aproveitando o que se foi
Que segue fixo.
30/07/2016
Antonio C Almeida