É só um quiosque pequeno. Vendendo artigos de necessidade de momento. Abre às 11:00 horas, pois antes seu Oriel (Cearence de 64 anos que mora no Goiás), cuida de uma horta, numa escola primária. Seis da tarde fecha. Sete horas da noite ele inicia o trabalho de vigilante, dia sim dois não. No sábado e domingo pela manhã, por não ter o compromisso da horta, ele vai assentar tijolo, colocar piso e fazer reparos de hidráulica e logo as 11:00h, no comércio, abre a sua porta. Um dia falei:
- Oriel a culpa do desemprego são pessoas como você, tem mais de quatro e tira vários do páreo – risadas. Ele respondeu:
- Eu não conto os empregos, só conto o dinheiro, que nunca dá. Mas se não for assim como será?
Chega um pedinte, ele pergunta: - É para almoçar? Se é tem uma enxada no banheiro e você faz o aceiro e senta para almoçar comigo (ele faz o almoço, pois sua esposa está no trabalho e sempre tem mais uma boca para comer. Cuidadora, faxineira, auxiliar de enfermagem e mais o que aparecer, não para no dia até o anoitecer. Assim segue Dona Eliane.), – O sujeito vai embora. Oriel conclui: - Ninguém quer fazer o aceiro, mas eu não gasto do meu dinheiro.