No domínio do silêncio tento
Escutar o que fala vento
Quando sopra balançando folhas
Arrancando dos galhos a jogar-lhes às escolhas.
No domínio do silêncio tento
Olhar as nuvens a formar monumentos
Das imagens que lhes transforma vento
Tal como rugas que me ruga tempo.
No domínio do silêncio tendo
Na argila transformar pensamento
Em escultura que esculpa culpa
De não aproveitar o que chega em sentimento.
No domínio do silêncio tendo
Escutar o que fala vento
Olhar as nuvens a formar monumentos
Na argila transformar pensamento
Insólito nos trópicos me reinvento.