Debaixo do tapete um lembrete
Pegadas são vozes caladas.
Das tantas que pisaram e partiram
Das tantas que pisaram e entraram.
As que ficam
As que partem
Sempre deixam uma parte
Das suas andanças
No tapete verde da varanda.
Quem dita esta dança
Não é o amor
Mas a esperança de vê-lo em cor.
Brotar de um sorriso
Algo que lhe é preciso
Súbito sentimento sem aviso.
Os pássaros cantam na varanda
Inicia-se então esta dança
Do repetir dos dias
Enquanto a memória se esvazia.
Mas as paredes guardam
retratos que na memória vagam
Corações amados.