Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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     Um som estarrecedor rompe a madrugada. Na estrada Rogério percebia que iria chover. Ao lado ele via Raquel que se assusta, mas nada a despertava. Poucos minutos se passaram e começou a chover. Ele percorreu atento, procurando diminuir a velocidade.
     Ao longe observou uma figura na estrada. Esta olhava atenta para a pista. Poucos carros passavam. Ele ficou curioso quando percebeu que aquela figura pedia carona. Entretanto com Raquel ao lado não parou e segui o seu caminho. Mais alguns quilômetros e estaria em uma hospedaria. Passado dez quilômetros outra mulher estava na estrada. Com o dedo em riste ela pedia carona. Ela vestia uma blusa azul e uma saia estampada que descia até a linha do tornozelo. Raquel estava ao seu lado, não poderia parar e segui em frente.
     A noite estava assustadora e a chuva não parava. Na estrada ele só percebia os faróis de seu carro. Passado mais dez quilômetros, para o seu espanto, outra mulher estava pedindo carona. Chegando próximo ele percebeu que a sua mão, ao invés do tradicional dedo em riste, ela estava acenando parecendo apavorada. Ela, assustadoramente, vestia uma blusa azul e uma saia estampada que descia até a linha do tornozelo, assim como a outra. A chuva molhava a sua roupa e mostrava as linhas de seu corpo como se desnuda. Ele Continuou, não deu carona. Passado mais alguns quilômetros, ao longe, ele viu novamente a figura e para sua aflição ela vestia a mesma roupa. Ele olhou para o lado e viu Raquel dormindo em sua blusa azul e saia estampada. Quando os faróis iluminaram a estrada ele percebeu que a mulher pedindo carona era idêntica a Raquel. Ele olhou rapidamente para o lado para olhar Raquel e ela não estava lá. Rogério procurou parar para atender a mulher que pedia carona. O seu carro bateu no meio fio. Devido à velocidade capotou e ele foi parar além do acostamento desfalecido.

     Luzes claras o acordaram. Logo ao acordar uma mulher falava ao seu ouvido dizendo que tudo ficaria bem. Uma dor insuportável tomava o seu corpo. Colocaram-lhe uma mascara e acabou adormecendo.
     Passava das duas horas. Dois dias se seguiram. A luz adentrava ao seu quarto. A porta de seu quarto foi aberta. Uma enfermeira entrou acompanhada com um estranho, ela se sentou ao lado de sua cama:
     - Então Rogério, como o senhor está?
     - Não sei?
     - Este é o senhor que lhe resgatou na BR.
   - Olá meu amigo, bom saber que você vai se recuperar. – Falava o homem mançamente.
     - E onde está a Raquel. – respondeu Rogério visivelmente assustado.
     - Não tinha nenhuma mulher com você. De uma forma que não sei explicar eu vi, juro que vi, uma mulher de blusa azul e saia estampada na estrada. Eu parei e ai eu pude ver o seu carro fora da pista. Corri e chamei a ajuda.
     - Então onde está Raquel?
     A porta do quarto de Rogério se abriu e uma mulher entrou:
     - Como você está Rogério?
     - Quem é você? – Respondeu Rogério.
     - Sou a irmã de Raquel, você estava indo ao encontro dela: - Ela estava há três dias em estado de transe, mas agora ela acordou, ela está bem.

     Rogério se ergueu da cama, querendo caminhar até a porta. Ele foi seguro pela enfermeira e colocado novamente na cama: - O que você está fazendo aqui? – Gritava Rogério!
     - Vim ver a minha outra irmã. – Rogério ficou atento procurando acompanhar todo o relato:
     - No mesmo lugar que você foi encontrado, encontraram o corpo dela, é triste, mas a cinco dias ela fora jogada lá, morta, violentada e assassinada  enquanto pedia carona para voltar para casa.
     Rogério ficou apavorado, levantou da cama e ninguém conseguiu o impedir. Caminhou cambaleando pelos corredores do hospital até chegar ao necrotério. Entrou abruptamente e pôde ver o corpo lançado em uma mesa fria. A mulher nua, com os olhos fechados se estendia por toda a mesa. Rogério se aproximou e por um segundo acreditou ver os  olhos da falecida se abrirem, desmaiou.

     Rogério acordou em uma cama do hospital. Seu braço estava algemado à cama. Ao seu lado se encontravam dois policiais que ao ver o seu despertar o obrigaram a colocar uma roupa e o levaram para uma delegacia.
     Na delegacia Rogério foi informado que devido ao seu acidente seu carro fora verificado e dentro do porta-malas encontrado as roupas de Roberta a irmã de Raquel.
   Rogério ficou ali na delegacia, de cabeça baixa esperando os acontecimentos. Do lado de fora da sala que se encontrava, através do vidro, ele viu Raquel e a sua outra irmã Elena. Ambas o observavam. Rogério percebeu uma mulher nua entrar e colocar o braço sobre os ombros de Raquel era Roberta.
     Rogério se levantou, pegou uma arma do cinturão de um policial. Todos na delegacia ficaram assustados e atentos, vários policiais apontaram as suas armas para Rogério que colocou a arma que pegara no peito e disparou um único tiro.
   Rogério caiu para trás. Seu corpo esbarrou na parede e desceu até o chão. De sua boca descia sangue e saliva. Uma gritaria se iniciou na delegacia, todos à procura de um médico. Roberta retirou a mão dos ombros de Raquel. Caminhou, atravessou a parede da sala onde se encontrava Rogério, como a um espectro. Chegou perto de Rogério que expelia sangue e passava pelos seus últimos segundos de vida, Roberta se ajoelhou em frente a Rogério e pronunciou uma única frase:
     - Ainda não acabou!
     Rogério faleceu.
  
 


 











  
                                      

 
 
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 19/07/2012
Alterado em 15/09/2013
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