Escrever é viver duas vezes um bom Momento.
Antonio C Almeida
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     Uma luz acorda Rogério. Os corredores brancos, o cheiro de éter deixa claro que se encontrava em um hospital. A enfermeira falava-lhe ao ouvido para que não se preocupasse. Rogério é colocado em uma antessala. Ele deveria esperar até ser liberada a sala de operações.
     Rogério se levanta da maca. Percorre a sala e chega à conclusão de que estava gozando de boa saúde. Uma enfermeira entra e o manda deitar na cama. Rogério é levado para a sala de operações. Chegando a sala colocam-lhe uma mascara e ele adormece.
     Rogério acorda na UTI, observa a sua volta e percebe uma enfermeira. A enfermeira se aproxima e o informa que tudo correra bem em sua operação. Rogério aproveita para se informar do que acontecera. A enfermeira o informa que tinham-lhe amputado a perna.
     Rogério fica agitado e a enfermeira injeta-lhe um tranquilizante. Rogério acorda e mesmo entorpecido pôde perceber a sua volta um médico e uma enfermeira que discutiam sobre o seu caso. Ele tenta levantar o braço direito para chamar a atenção dos médicos, não consegue, seu braço parecia adormecido. Rogério levanta o seu braço esquerdo procurando tocar no seu braço direito e ele percebe que este tinha sido amputado, Rogério desmaia.
     Rogério acorda e grita a todo o pulmão: O que vocês estão fazendo comigo! -Um médico se aproxima e lhe fala: - O seu nome é Márcio?
  - Não o meu nome é Rogério. – O médico e a enfermeira voltam a conferenciar. Rogério se debate na cama, chorando, desesperado. A enfermeira injeta um tranquilizante em Rogério, Rogério adormece.
 
  Márcia, a enfermeira que acompanha o caso de Rogério, olha para os médicos e informa: - Não é minha responsabilidade, ele estava na maca do tal Márcio. – logo após esta argumentação os médicos saem da sala, um deles manda redigir um documento e diz que tudo seria resolvido.
     Rogério acorda assustado. Uma dor intensa tomava o seu corpo. Ele percebeu que seu peito estava aberto e entre as costelas se encontrava um instrumento para afastá-las. O anestesista se assusta com a cena e grita: - Vou aumentar a anestesia.
     Uma senhora chega ao hospital. Procura por Rogério. A atendente a leva até o quarto em que ele se encontrava. Lá ela encontra outro médico que a leva até o necrotério do hospital. Raquel, esposa de Rogério, pode vê-lo através de uma janela de vidro coberto até o pescoço.
     Raquel não compreendia o que ocorria, Rogério tinha sido recolhido em sua casa após um desmaio. O médico a explicou que ele havia se infectado por uma bactéria no hospital e o quadro tinha mudado. O médico apresentou um documento em que Rogério se declarava doador de todo o corpo para a ciência. Raquel olhou para o médico e o informou que Rogério nunca faria isto. Durante o seu relacionamento com o marido ambos tomaram a providencia de não serem separados, tinham comprado um jazigo. Raquel sentiu uma pessoa segurar-lhe o pescoço, logo após colocar-lhe um lenço no nariz.
     Raquel acordou sonolenta, à sua frente se encontrava uma enfermeira e um médico, ao perceberem que Raquel havia despertado a enfermeira injeta-lhe um anestésico.
 

     Dois dias se passaram velório de Rogério e Raquel.
 

     - Eu não compreendo como um casal que compra um jazigo resolve ser cremado? – Falava uma senhora que acompanhava a avô de Rogério. O médico que tratara Rogério e Raquel se aproxima para escutar melhor a conversa.
    - Dá para compreender? – O médico se aproxima ainda mais e entra na conversa:
     - Esses jovens de hoje não conseguem manter uma opinião por um dia, imagine por uma vida.
     Não satisfeita ela continua: - Isto deveria ser investigado! – O medico se aproxima, estende-lhe a mão e fala enquanto entrega-lhe um cartão: - Sabia que a senhora tem catarata, liga pra mim.
     - Que lindinho. – Responde a senhora com um belo sorriso no rosto.
 
Fim.

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Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 07/06/2012
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