O rosto coberto de sangue. Os dentes quebrados. Rogério olha para o lado e vê Raquel desfalecida. O som da sirene da ambulância alerta Rogério. Como se a acalmá-lo, o som invade sua mente e quando percebe os paramédicos chegarem próximo, ele desfalece. O cheiro de éter não deixava dúvidas. Os corredores estreitos, a visão do teto branco. Branco como as roupas das pessoas que o arrastava numa maca enchendo-o de angustia e medo. Uma voz suave falava-lhe ao ouvido para que ele lutasse, não abandonasse a vida. Passaram-se dois dias e Rogério abriu os olhos. Ele olhou para o lado a procura de Raquel. Lá estava ela, linda e radiante. O observou e falou-lhe: - Rogério ainda não acabou você deve ligar para a polícia e falar que devem procurar um Fiat branco de placa SV T 3426, olhar o Porta-Malas, pois lá encontrarão a prova do crime. Rogério fechou os olhos e adormeceu. Bruscamente Rogério foi acordado, ao seu lado se encontravam dois policiais. Sem muito pensar Rogério falou aos policiais sobre o Fiat branco e a sua placa. Os policiais saíram do quarto de Rogério e o deixaram aos cuidados da enfermeira. Rogério tentou levantar o braço para pegar um copo d’água, mas para a sua surpresa ele percebeu que estava algemado. Rogério perguntou para a enfermeira sobre o que acontecia, ela lhe informou que ele tinha sofrido uma grave contusão devido a uma forte pancada na cabeça e que estava sofrendo de perda de memória, Rogério adormece. Rogério é acordado novamente pelos policiais, de forma brusca pegam os seus pertences e o obriga a caminhar para fora do hospital, colocam-no em uma viatura e o levam para a delegacia. No caminho ele é informado que estava sendo conduzido para ser preso. Rogério é jogado em uma cela. Ele grita pedindo explicações, mas o que ele escuta são agressões verbais e uma porta que se fecha. Anoitece e Rogério pôde escutar uma porta se abrindo, uma figura começa a se aproximar, Rogério pôde perceber a imagem de Raquel e ela falava: - Não se preocupe Rogério, foi tudo um grande engano! Logo eu volto para esclarecer. Raquel se afasta. Rogério acordou, naquela cela fria e dois policias o arrastaram para fora, o informaram que seria levado para falar com um Advogado. Ele é conduzido até uma área isolada, no caminho, escorada na parede ele pôde ver Raquel, acompanhada de duas meninas. No movimento dos lábios de Raquel Rogério pôde ler as palavras, justiça. Rogério entrou na área preparada para seu encontro com um Advogado: - Senhor Rogério, eu sou seu Advogado designado. - Advogado para que? - O senhor é acusado da morte de duas moças. - Como? Eu não me lembro de Nada. - O Advogado atualiza Rogério sobre os fatos que ocorrera e o informa que tudo dependia da moça que estava em coma no hospital. No hospital dois policiais caminham pelo corredor, chegam próximo a uma porta e pela janela de vidro observam a moça que começa a despertar. Eles pedem permissão e começam a entrevistar a mulher que lhes informam que escapara de um estupro e agressão graças à barra de ferro que encontrara e lançara contra a cabeça de seu agressor, Rogério. Rogério fica confuso e continua a interrogar o seu advogado: - Não estou compreendendo. – Falava Rogério visivelmente assustado. - Sr Rogério, eu que não compreendo. O Sr informou a polícia onde poderia encontrar os dois corpos das vítimas de que é acusado. - Foi à orientação de Raquel. - Raquel? - É a moça que estava no corredor! - Não tinha nenhuma moça no corredor e a única mulher que está no processo e corresponde a este nome está, no meu conhecimento, em coma. Rogério olha assustado para o Advogado. Dois policiais entram e levam Rogério para a sua cela, no caminho ele observa duas moças o olhando. Ele grita desesperadamente para os policias sobre as moças, mas não tem a resposta. No hospital Raquel fala aos policiais que fora visitada por duas moças. Raquel as descreve e pergunta: - Como elas estão? – Os policiais se entreolham e informam a Raquel que ela estava em coma, na verdade acabara de sair do coma. Raquel abre um belo sorriso, e responde: - Elas estão bem.