Textos
Amor Assassino
Raquel se abaixou, tentando se esconder por detrás da porta. Rogério entrou lentamente no quarto. Procurou observar todo o ambiente. Raquel segurava firmemente uma faca.
As paredes pintadas de cinza claro. A cama forrada com lençóis de seda. Presa à cabeceira da cama duas algemas. Rogério observou e por um segundo pode escutar uma respiração ofegante. Ele segurou com firmeza o porrete que carregava na mão direita. Segurou a maçaneta da porta e com um movimento brusco empurrou a porta revelando o esconderijo de Raquel. Rogério levantou o porrete enquanto Raquel se erguia. Naquele quarto de motel apenas seguia o som da madrugada.
Duas horas se passaram. A cama estava banhada em sangue. As algemas prendiam braços e pernas sobre um lençol de seda.
Pela manhã a porta do quarto de motel foi arrombada. Policiais entraram na casa atendendo um chamado do dono do estabelecimento que ao verificar o quarto pela manhã sentiu o cheiro de morte. Ao checarem todos os cômodos se apavoraram com o cenário do quarto de cor cinza claro. As paredes estavam respingadas de sangue. Sobre a cama um corpo algemado ainda minava sangue por entre as aberturas das estocadas profundas de facadas. As entranhas se espalhavam pelos lados das ancas. Policiais assustados abriram passagem para o detetive que com a mão no rosto balançava a cabeça em ar de negação. De subido o corpo soltou um grunhido. Todos no ambiente se deixaram levar pela emoção e se aproximaram da vítima. O detetive colocou seu ouvido próximo à boca do moribundo e escutou uma palavra. Ao ouvir correu para fora da casa e entrou em seu carro. No quarto o moribundo se deixa levar pela morte.
Na noite anterior
Raquel corria desesperada acelerando o seu carro. Rogério a avisara que teria uma reunião com um colega de trabalho. Mas desconfiada ela ligou para a companhia que assegurava o carro de seu marido para saber, através de GPS, onde ele se encontrava. Ao chegar próxima a um motel estacionou o seu carro. Ficou por alguns minutos observando o movimento. Quando percebeu a distração do porteiro entrou sorrateiramente. Observou as garagens e pode ver o carro de seu marido. Raquel chegou próxima ao carro procurando não ser notada. Um barulho chamou a atenção de Rogério que se levantou lentamente. Ao seu lado uma mão o segurou. Rogério acenou pedindo que aguardasse e caminhou até a saída do quarto. Raquel esperou e entrou rapidamente. Ao entrar no quarto ela pode ver a figura nua estendida na cama. Rogério escutou um grito e voltou rapidamente para o quarto. Raquel se escondeu por trás da porta.
Na delegacia
O detetive correu para a delegacia. Sentou em sua mesa e começou a esfregar o rosto. Ele pegou o telefone e realizou uma ligação. Não demorou muito e um homem entrou pela porta da delegacia. O delegado o convidou a entrar. Logo que Rogério sentou à frente do delegado ele começou a chorar:
- Rogério o que está acontecendo?
- Ainda não sei você não me falou nada?
- Eu fui até o motel do largo grande e encontrei um grande amor morto! Você não pode acabar daquele jeito com uma vida. Você não sabia, mas eu mantinha um romance de muitos sentimentos pela vítima.
- O que?
- Rogério onde você estava nesta madrugada?
- Acompanhado e minha companhia esta ai fora. Eu não fui até aquele motel!
Rogério se levantou e foi até uma antessala. Segurou a mão de sua companhia e levou até a sala do detetive:
- Estava acompanhado, por toda a noite. – Falava Rogério mansamente.
- Mas como Rogério, eu pensava... - Falava o detetive até ser interrompido.
- Não pense mais, eu estava em minha casa com minha esposa Raquel.
O detetive se levantou e olhou para Rogério: - Rogério a ultima palavra que o meu amor falou foi “Eu amo Rogério”.
- Isto é um absurdo! - Respondeu Rogério.
- Agora eu sei, vendo você ao lado de sua esposa imagino que você nunca poderia estar em uma cama com Marcelo.
Na madrugada da noite do crime
Rogério ao ver Raquel abaixou o porrete e se ajoelhou. Ele olhou para trás e pode ver Marcelo sangrando na cama. Segurou forte o braço de sua mulher. Apanhou a faca que ela carregava e correu para fora do motel...
Fim...
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 04/10/2012
Alterado em 10/01/2013
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