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Antonio C Almeida
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                 Uma Morte Para Esta Noite

     A chuva torrencial tomava a floresta. As árvores envergavam com a força do vento. A areia mexida há muito tempo se transformara em lama. A pá descia na profundidade da vala recém-cavada. A cada duas pás na terra, cobertas de lama, uma voltava para o buraco sem efeito. O suor se misturava com as gotas de chuva. Uma figura segura um corpo desfalecido e o joga vala adentro. Aos poucos o buraco foi preenchido. Sob a terra molhada escondia-se o fruto de um assassinato.
      Sob o breu da madrugada. O casal caminhou até a estrada. Satisfeitos pelo feito e atentos para o que poderia aparecer. Embarcam no carro e seguem para casa. Em casa, entram e se banham, adormecem em suas camas.
     - Levanta Raquel, temos que notificar o desaparecimento de Rita! – Comentava Rogério.
     Raquel se levantou, olhou para o teto e tentou organizar seus pensamentos. Rogério a pegou pelo braço tentando reanima-la: - Raquel acorda, não temos nada a temer, tudo está acontecendo da forma que foi planejado. - Raquel olhou para Rogério. Ela viajava em seus pensamentos, nas lembranças de Rita.

     “Rita, proprietária da casa, grande amiga de Raquel, chegara de viagem. Na casa apenas se encontrava Rogério que seduzira Rita e a tinha como amante. Raquel chegou e encontrou o casal. Após uma breve discussão Raquel atirou em Rita. Rita morreu, Raquel e Rogério trataram de se livrar do corpo.”

     - Concordo Rogério, mas acho melhor você comunicar. Ela chegou e você estava na casa. Na cidade eu fui vista fazendo compras. Inclusive o Delegado da cidade me cumprimentou. O mais sensato é você procurar as autoridades.
     Rogério empurrou Raquel, a esbofeteou, ao mesmo tempo em que exigia alguma atitude. Passado alguns minutos Rogério concordou, pegou o seu carro e foi até a cidade.  Ocorrido algumas horas Rogério retornou. Ao entrar na casa encontrou Elaine, amiga de Raquel. Raquel a informara sobre o que ocorrera na noite anterior. A discussão que tivera com Rita e o seu desaparecimento. Rogério informou a Raquel que não encontrara forças para comunicar do desaparecimento de Rita.
     Elaine estava consolando Raquel. Rogério olhava assustado para Elaine. Que orientara Raquel a sair de casa e passar a noite em sua companhia. Elaine conhecia o temperamento de Rogério e a suas atitudes grosseiras, agressivas em situações simples no dia a dia com Raquel. Elaine insistiu e as amigas decidiram sair de casa para passarem a noite juntas. Rogério entrou na casa e procurou se deitar, dormir sobre o sofá a fim de esquecer os acontecimentos.
     Três horas da manhã e um barulho acorda Rogério. Ele se levanta e caminha pela casa procurando o motivo do estranho ruído. Ao chegar próximo ao quarto em que dormia Rita ele observa um vulto se movendo dentro do quarto. Ao entrar ele nota o quarto todo revirado. Rogério corre para dentro do quarto, para em frente à escrivaninha. Ao olhar o espelho percebe uma imagem refletida, se volta e não percebe nada. Seguindo em direção ao reflexo ele percebe escrito na parede a palavra Rita. Rogério se assusta, corre para a sala e vê sobre o sofá a roupa que enterrara Rita, coberta de lama. Rogério corre para fora de casa. Entra em seu carro e segue pela estrada. Ele chega ao local em que enterrara Rita. Desce do carro e corre mata adentro.
     A mata estava coberta por uma densa neblina. Rogério segue desorientado, procurando a cova que cavara. Ele chega ao local e observa um buraco vazio.
Uma súbita pancada é desferida na cabeça de Rogério. Ele cai dentro do buraco que cavara. Começa a sentir a areia descer sobre o seu corpo. Abre o olho e observa Raquel arremessando areia para dentro da cova. Raquel o observa e comenta:
     - Ainda está vivo? – Raquel arremessa uma grande pedra sobre a cabeça de Rogério. Que se abre e deixa a massa cefálica escorregar por entre a rachadura no crânio coberto de sangue.
      Raquel entra no carro de Rogério e vai para a sua casa. Chegando em casa ela entra e segue para a cozinha. Na cozinha ela encontra Elaine:
     - Como você está Raquel. Ainda bem que nos livramos do canalha! – Raquel observa Elaine e chora ao seu ombro.
     Um barulho de carro desperta as amigas. Elaine corre para o banheiro. Raquel se arruma e olha pela janela. Batem à porta. Raquel atende e convida à pessoa a entrar. Caminham até a cozinha. Sentam em frente à mesa. Elaine sai do banheiro. Caminha sorrateira até a cozinha. Chega lentamente por traz do visitante e segura o seu pescoço:
     - Chegou cedo? – Elaine abraça Rita e lhe desfere um longo beijo.
    - Devemos agora comunicar o desaparecimento de Rogério e nunca mais me peça um favor deste Raquel. – Pronunciava Elaine.
    - Não vou mais me meter com canalhas, eu te garanto. Não preocupa mais minha Delegada!
 
Fim ...

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Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 12/11/2012
Alterado em 13/11/2012
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