Para se ter um filme de suspense de qualidade é necessário utilizar uns dos temas: Sexo, morte, investigação policial, misticismo, desorientação geográfica, alienação, mentiras, vilão, vítima, incógnita emblemática etc. Imagine um filme com tudo isso e a liberdade de utilizar o inusitado impraticável sem correr o risco de ser ridicularizado pela crítica. Este é o filme Identidade com um elenco de dar inveja a qualquer filme. Com a ênfase em uma violenta tempestade inicia-se o filme com dez pessoas, com ligações em eventos passados, que se encontra em um motel isolado. Devido ao caos causado pela tempestade todos acabam tendo que ficar em quartos do motel. A partir daí vários enigmas se formam fazendo com que o espectador inicie uma viagem, em desespero, em várias teorias que com o passar do filme se unem em um único grande mistério.
Com assassinatos violentos, mortes súbitas, conflitos conjugais, conflitos ideológicos, fuga de penitenciária, falsidade ideológica, explosões, atropelamentos, mutilações eu tive que pesquisar, pois com a produção rápida, exigências bizarras do cinema de consumo, seria muito complicado elaborar um roteiro como este e então encontrei a resposta de tudo. O filme é baseado no livro de Agatha Christie (15 de setembro de 1890 a 12 de janeiro de 1976, Inglaterra), Convite Para a Morte, o livro mais vendido com mais de 100 milhões de cópias. Seus livros são os mais traduzidos de todo o planeta, encontrados em 103 idiomas diferentes. Venderam mais de 4 bilhões no total e são superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare. A história passa-se numa ilha deserta situada na costa de Devon, sendo que ela é narrada totalmente na terceira pessoa e descreve a vivência de dez estranhos (entre si) que foram atraídos para a mansão da ilha por um misterioso homem e sua esposa, que têm as mesmas iniciais: U. N. Owen. O livro foi adaptado para o cinema, teatro e para quem assiste o desenho A Família da Pesada pode assistir uma versão bem humorada do livro. Eu tive a oportunidade de ler vários livros desta autora e recomendo o livro Assassinato na casa do Pastor. Este livro é para se ler mesmo, com diálogos longos e complexos, leitura de linguagem culta contemporânea, mas é uma aula de construção literária. O filme vale a pena assistir. Para quem gosta de assistir suspense e mais ainda para quem gosta de escrever suspense não pode perder.