O bater das gotas de chuva marcavam o som da noite. Trovoada, relâmpago deixavam seu clarão como cicatrizes na madrugada. Raquel não conseguia dormir, assustada se cobrira até a cabeça tentando deixar o tempo passar e levar aquela noite para longe. Raquel procurou acender a luz e realizar uma leitura, entretanto após alguns minutos de leitura, a luz apagou e ela percebeu que toda a vizinhança estava às escuras. Assustada Raquel procurou deixar a janela de seu quarto aberta e ao observar a profundeza da noite conseguiu visualizar entre trovoadas um vulto que se movia lentamente em direção de sua casa. Cada vez mais o vulto se formava e deixava transparecer a forma de uma mulher. A mulher se deslocava cambaleante, caindo em alguns momentos.
Raquel percebeu que o indivíduo chegara a frente da porta de sua casa, ela se jogou na cama, lançando seu cobertor sobre a cabeça. Raquel escutou uma batida forte na porta, a batida se repetia diversas vezes.
Raquel sabia que no quarto de seu Pai ela poderia encontrar uma arma. Arma que o seu Pai guardava no armário e que ele acreditava que ninguém sabia. Raquel pegou a arma de seu Pai e foi caminhando pela sala até chegar à frente da porta. Houve uma ultima batida e a porta se abriu, rapidamente Raquel apontou a arma e desferiu apenas um tiro, a figura caiu para o lado de fora da casa de Raquel. Raquel correu em direção ao telefone para tentar ligar para a polícia, mas o seu telefone não funcionava. Ela lentamente caminhou até a figura que agonizava no chão, ao observá-la deu um passo para traz, voltou a observar a figura e pôde perceber um rosto que lhe parecia sua imagem no espelho e está figura falou enquanto expelia sangue pela boca: - Não me abandone!
Raquel pulou sobre o corpo que agonizava enquanto escutava as palavras: “Não me abandone”, “Não me abandone”. Raquel passou pelo corpo que agonizava, passou pelo quintal da rua e começou a percorrer a estrada próxima a sua casa gritando desesperadamente. Um carro virou abruptamente a esquina e esbarrou em Raquel que foi jogada a metros de distância, caída ainda pode observar o carro se afastando.
Coberta de sangue Raquel, desorientada, começou a caminhar em direção de sua casa. Trovoada, relâmpago deixavam seu clarão como cicatrizes na madrugada. Raquel se aproximou de casa cambaleante, ela pode ver uma figura na janela. Olhou com cuidado para a porta de sua casa e não percebeu nenhum corpo à frente da porta, mas jogado ao lado ela viu algo incomum. Ela caiu e logo após se levantou, curiosa seguiu em frente até chegar à frente da porta de sua casa, ao lado da porta de sua casa, com um tiro na cabeça, se encontrava a sua mãe. Então Raquel começou a bater com força na porta de casa. Bateu na porta intensamente até que ela se abriu, no mesmo instante ela sentiu seu corpo ser jogado para traz enquanto seu peito queimava. Sangue jorrava de sua boca, uma figura foi se aproximando e a olhou atentamente, a figura voltou para dentro de casa. Passado alguns minutos a figura voltou, pode perceber um rosto que lhe parecia sua imagem no espelho, Raquel percebeu o que deveria fazer e começou a gritar:- Não me abandone !
Raquel ficou ali deitada enquanto a figura que lhe alvejara se perdia na estrada, ela continuava a gritar a mesma frase, mais um suspiro e Raquel desfaleceu.
Uma luz forte cobriu o rosto de Raquel quase a cegando, ela começou a caminhar em uma estrada coberta de flores e arvores até que chegou próxima a uma mulher que lhe tocou o rosto, esta mulher era a sua mãe, ela lhe falou suavemente: - Não consegui, você abandonou a sua vida, então volta!
O bater das gotas de chuva marcavam o som da noite. Trovoada, relâmpago deixavam seu clarão como cicatrizes na madrugada. Raquel não conseguia dormir...
Fim.